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Mulheres de São Paulo revelam medo de sofrer assédio no Carnaval

Aproximadamente sete em cada dez mulheres do estado de São Paulo manifestam receio de enfrentar situações de assédio durante o período do carnaval.

Uma pesquisa conduzida pelo Instituto Locomotiva em colaboração com a empresa Question Pro revelou que 45% das mulheres no estado já foram vítimas de assédio, enquanto 56% discordam da ideia de que o Carnaval seja atualmente mais seguro para mulheres em comparação com o passado.

O estudo entrevistou 1.507 pessoas com 18 anos ou mais em várias regiões do Brasil, entre os dias 18 e 22 de janeiro.

Pesquisa Revela Preocupações e Desafios no Combate ao Assédio no Carnaval

Analisando as respostas em nível nacional, 19% dos entrevistados concordaram com a ideia de que não há problema em um homem “roubar” um beijo de uma mulher durante o Carnaval se ela estiver embriagada e vestindo roupas curtas.

Outros resultados da pesquisa incluem:

  • 32% dos brasileiros concordam que uma mulher vestindo roupas reveladoras durante o Carnaval está dando sinais de que quer ser beijada;
  • 50% das mulheres brasileiras afirmaram ter enfrentado situações de assédio durante o Carnaval.

Para Fabíola Sucasas, promotora e coordenadora do Núcleo de Gênero do Ministério Público de São Paulo (MPSP), as estatísticas que mostram o temor das mulheres diante do assédio no Carnaval, ao lado da aceitação de comportamentos invasivos como o “beijo roubado”, revelam a magnitude do desafio.

Ela comenta: “A pesquisa destaca, por um lado, o medo das mulheres e a realidade de que metade delas já foi vítima de assédio. Por outro lado, é preocupante observar que esse medo é justificado, pois muitos brasileiros ainda mantêm a ideia de que a vestimenta e o estado de embriaguez implicam em consentimento para avanços sexuais”.

Sucasas continua: “‘Beijo roubado’ é uma expressão que banaliza um comportamento criminoso. Não é uma brincadeira inofensiva, mas sim uma violação. Um dos principais desafios é modificar a percepção de que o consentimento ou a recusa de uma mulher são determinados pela moralidade sexual atribuída a ela, e não pela sua liberdade e dignidade”.

A pesquisa também indagou os entrevistados sobre o papel no combate ao assédio, e 89% das mulheres no estado de São Paulo concordaram que todos têm a responsabilidade de combater práticas de assédio durante o carnaval.

Imagem Reprodução/Carnaval em SP