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Trabalho totalmente remoto irá acabar? Entenda

Em 2023, os brasileiros intensificaram suas buscas no Google por “vaga home office”, registrando mais que o dobro de consultas em relação ao ano anterior, conforme apontado pelo relatório do Google Trends. Enquanto isso, paradoxalmente, grandes empresas, incluindo o emblemático Zoom, símbolo do trabalho remoto, estão pressionando para o retorno aos escritórios.

Essa disparidade desencadeou uma disputa entre as empresas e seus colaboradores. Segundo uma pesquisa da HR Tech Infojobs em colaboração com o Grupo Top RH em abril, 85% dos profissionais expressaram disposição para trocar de emprego em favor de mais dias de home office.

O Cenário em Evolução do Trabalho Remoto: Desafios e Tendências em 2023

A ascensão da busca pela expressão “vaga home office”, destacada nos últimos 12 meses pelo Google Trends, reflete uma realidade em mutação para desapontamento de muitos trabalhadores que se adaptaram a esse modelo durante a pandemia. O interesse pela temática disparou em 2020, quando as pessoas buscavam compreender o conceito.

Contrariamente àquela época, a prática de uma semana inteira de trabalho totalmente remoto está se tornando menos comum. Globalmente, há uma transição para modelos híbridos, atendendo às crescentes necessidades das empresas e da força de trabalho.

Embora o relatório do LinkedIn de agosto aponte para uma diminuição nas oportunidades de trabalho remoto, as vagas de regime híbrido estão em ascensão. Desde o início do ano, as posições híbridas superaram as totalmente remotas, representando 13% em comparação com 9%, segundo o LinkedIn.

Profissionais em transição ou em busca de novas oportunidades devem considerar que restringir suas opções a empregos totalmente remotos pode reduzir suas chances, conforme apontado no relatório de agosto do LinkedIn.

A batalha entre empresas e funcionários pelo regime de trabalho está acirrada. A flexibilidade no trabalho está entre os três principais fatores considerados pelos candidatos ao avaliar ofertas de emprego. No entanto, as empresas, em sua maioria (78,5%), estabelecem modelos presenciais ou híbridos sem consultar os colaboradores, como indicado por uma pesquisa.

Grandes empresas, como Amazon, Goldman Sachs e JP Morgan, estão impondo regimes de trabalho presenciais. CEOs, como Bob Iger da Disney e Tim Cook da Apple, argumentam que o trabalho presencial é crucial para inovação e colaboração, e a cultura da empresa não pode ser construída e mantida remotamente.

Contudo, pesquisas do Future Forum indicam que profissionais em modelos flexíveis têm igual ou maior probabilidade de se sentir conectados às suas equipes e valores da empresa em comparação com aqueles 100% no escritório.

Imagem: Reprodução/Freepik