Trabalho para presos? Saiba quais empresas oferecem oportunidades
Em algumas instituições penitenciárias que envolvem o setor privado na ocupação de presidiários, as empresas afirmam remunerar os detentos conforme o estabelecido pela Lei de Execuções Penais (LEP) ou até mesmo ultrapassar esse valor.
Elas reconhecem os desafios inerentes ao trabalho intramuros, incluindo a baixa produtividade devido à dinâmica interna das prisões. No entanto, argumentam que o impacto social é o aspecto mais crucial desse tipo de iniciativa, contribuindo para a ressocialização além das grades.
A Diageo, fabricante de bebidas, lançou o projeto “Tecendo o Futuro” no Instituto Penal Feminino Auri Moura Costa (IPF), no Ceará, em 2019. Nesse programa, as detentas aprendem a confeccionar embalagens de cachaça e outros itens.
Iniciativas de Ressocialização: Trabalho para Detentos e Promoção de Mudanças
De acordo com Adailma Mendes, coordenadora de Relações Corporativas da Diageo Brasil, das mais de 200 mulheres participantes, nenhuma retornou ao sistema prisional após a conclusão do programa. O projeto, gerido pelo Instituto de Desenvolvimento Social e da Cidadania (Idesc), visa fortalecer a autoestima e capacitar as mulheres para o mercado de trabalho.
A Chico Rei, fabricante de camisetas, emprega 16 pessoas na penitenciária Professor Ariosvaldo Campos Pires, em Minas Gerais, desde 2020, em parceria com a Secretaria de Justiça e Segurança Pública do estado. O CEO, Bruno Imbrizi, destaca a intenção de ensinar, empregar e eventualmente contratar os detentos em liberdade, mesmo com custos mais elevados devido à menor produtividade na prisão.
A edutech mineira Parças, fundada em 2018, oferece cursos em tecnologia para egressos do sistema prisional e menores em medidas socioeducativas. Mais de 85% dos alunos conseguiram emprego após a conclusão dos cursos, graças a parcerias com empresas que demandam mão de obra especializada. A Parças fornece uma bolsa para auxiliar os estudantes a conciliarem estudo e trabalho.
O projeto “Segunda Chance” no Rio de Janeiro começou como uma agência de empregos para egressos do sistema prisional, expandindo-se para atender também às famílias de detentos.
Com mais de 18 mil pessoas atendidas, o coordenador Marlon Araújo destaca a importância de lidar com questões documentais e superar o preconceito, promovendo oportunidades para uma mudança positiva na vida dessas pessoas.
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