Semana de quatro dias de trabalho chega ao Brasil
Após um experimento feito com 61 empresas do Reino Unido para compreender os impactos da semana de quatro dias na produtividade e no bem-estar, é o momento de o Brasil passar por esse teste. Duas organizações vão promover o experimento por aqui no segundo semestre desse ano.
Os primeiros meses serão destinados à preparação das empresas participantes e o teste em si só deve acontecer em novembro e dezembro. O experimento também precisará ser custeado por um valor ainda indefinido. Saiba mais sobre a iniciativa das organizações e quais os resultados no Reino Unido.
Responsáveis pelo experimento explicam como vai funcionar
A organização sem fins lucrativos 4 Day Week Global e a brasileira Reconnect Happiness at Work, especializada em felicidade corporativa e liderança positiva, serão as responsáveis pelo teste. Durante o programa, vão ser avaliados vários indicadores, como estresse, resultados financeiros e turnover.
Renata Rivetti, da Reconnect Happiness at Work, explica que “não é simplesmente tirar um dia, é redesenhar o trabalho”. A proposta é repensar reuniões, avaliar o trabalho assíncrono, automatizar tarefas e rever processos. A ideia do teste é trabalhar 80% do tempo, mas manter ainda a produtividade em 100%.
Gabriela Brasil, head de comunidade da 4 Day Week Global, explica que “gestores precisam trabalhar junto a suas equipes para avaliar as medidas existentes e se elas são adequadas para o futuro” e que “é esse trabalho em equipe que permite reduzir tempo de trabalho e manter produtividade”.
A expectativa do experimento no Brasil é pela participação de 40 empresas que, se forem de grande porte, poderão até mesmo realizar o teste em um único setor. Corporações dos EUA e da Irlanda já passaram pelo piloto, além do Reino Unido. Portugal e África do Sul estão com o teste em curso.
No Reino Unido, onde 2.900 trabalhadores participaram do experimento, 92% das empresas afirmam que manterão as semanas de trabalho com quatro dias. Entre alguns resultados está o fato de que 39% dos funcionários se sentiram menos estressados e que 71% perceberam os sintomas do burnout diminuírem.
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