Pesquisa revela qual é o principal motivo gerador de pedidos de demissão no Brasil
Atualmente, o principal motivo pelo qual funcionários pedem demissão é a presença de um ambiente de trabalho tóxico.
Essa análise encontra respaldo na terceira edição da pesquisa Inteligência Emocional e Saúde Mental no Ambiente de Trabalho, realizada pela The School of Life e Robert Half, que ouviu 774 profissionais empregados em todo o Brasil, com 25 anos ou mais e formação superior completa, sendo 387 líderes e 387 liderados.
Apesar do crescente debate sobre liderança positiva, ambientes tóxicos e saúde emocional no trabalho, a pesquisa revela que esse tema ainda está em fase inicial nas organizações. E há muito a ser explorado.
Desafios na Gestão da Saúde Emocional no Trabalho: Principal Motivo para Pedidos de Demissão
Historicamente, a primeira pergunta que os candidatos a cargos de média e alta gerência faziam aos recrutadores estava relacionada a salário e benefícios. No entanto, essa abordagem mudou drasticamente nos dias de hoje. Atualmente, o principal questionamento dos candidatos gira em torno do modelo de trabalho adotado pela empresa — seja ele remoto, híbrido ou presencial.
Em segundo lugar, surge a curiosidade sobre a cultura e os valores organizacionais. A discussão sobre remuneração fica em terceiro plano. Maria Sartori, diretora da consultoria de recrutamento executivo Robert Half, observa essa mudança de paradigma.
De acordo com os resultados do levantamento da pesquisa Inteligência Emocional e Saúde Mental no Ambiente de Trabalho, um ambiente de trabalho tóxico é o principal motivo que levaria os funcionários a pedirem demissão, apontado por 42,86% dos liderados. Por outro lado, a imposição do trabalho presencial motivaria 13,14% a procurar novas oportunidades de emprego.
Diana Gabanyi, diretora da The School of Life, define um ambiente de trabalho tóxico como aquele onde ocorre assédio moral ou onde os líderes, por falta de inteligência emocional, não conseguem se relacionar adequadamente com as pessoas. Esse aspecto está diretamente relacionado à cultura e aos valores da organização.
Gabanyi argumenta que a crescente conscientização sobre saúde emocional nas empresas contribui para o aumento das saídas motivadas por ambientes tóxicos, pois os executivos estão mais cientes dessas questões.
Além de afetar o bem-estar dos funcionários, a falta de atenção à saúde emocional também impacta a produtividade. A pesquisa indica que tanto líderes quanto liderados relatam episódios de redução de produtividade e engajamento devido a questões emocionais nos últimos 12 meses.
O desafio, segundo Maria Sartori, é que os líderes em geral não estão suficientemente atentos a essas questões. Apenas 35,07% dos gestores acreditam que seus líderes estão preparados para lidar com questões de saúde mental, enquanto 61,36% dos liderados têm a percepção de que os líderes não estão aptos para isso.
Para Sartori, estar preparado para apoiar funcionários com questões de saúde mental não requer uma formação em Psicologia, mas sim a prática da escuta ativa. O trabalho remoto dificultou esse tipo de comunicação, tornando importante agendar reuniões individuais informais para manter o contato.
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Imagem: Reprodução/Freepik