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Pesquisa revela bairros de São Paulo mais afetados por desastres

Uma análise recente revela uma correlação preocupante entre os bairros de São Paulo com maior população negra e a incidência de desastres naturais, como alagamentos, inundações e deslizamentos.

Esse estudo exclusivo, conduzido pela Agência Pública com base nos dados da Defesa Civil municipal, aponta que, nos últimos dez anos, os distritos mais afetados por tais ocorrências têm uma proporção de moradores negros acima da média da cidade.

Notavelmente, nove dos dez distritos mais impactados estão localizados nas periferias da cidade, com apenas um na região central.

Impacto dos desastres naturais nas comunidades afrodescendentes de São Paulo

Essa constatação levanta questões importantes sobre justiça ambiental e evidencia tanto a negligência do poder público em lidar com esse problema quanto a falta de opções habitacionais para parte da população negra.

Bairros como Jardim Helena, Vila Jacuí e São Miguel Paulista emergem como os mais atingidos, com o Jardim Helena registrando mais de 2 mil casos de desastres na última década. Esses distritos não apenas apresentam altos índices de ocorrências, mas também possuem uma população majoritariamente preta ou parda, muito acima da média da cidade.

A análise também destaca a concentração desses problemas na Zona Leste da cidade, onde seis dos dez distritos mais afetados estão localizados.

Áreas como Itaim Paulista, Itaquera e Iguatemi se destacam nesse cenário, com altas taxas de ocorrências e uma população significativa de origem afrodescendente. Especialistas apontam para o fenômeno do racismo ambiental como uma lente útil para entender essa disparidade, destacando a desigualdade de investimentos e a falta de infraestrutura nessas comunidades.

A experiência dos moradores desses bairros reflete a urgência dessas questões. Em locais como o Jardim Helena, onde alagamentos são uma realidade há décadas, os residentes enfrentam não apenas os desafios climáticos, mas também a ineficiência das intervenções públicas e a falta de respostas concretas por parte das autoridades.

Enquanto líderes comunitários como Bruna Costa lutam por soluções e pressionam as autoridades locais, a sensação de desamparo persiste entre aqueles que vivem nessas áreas há anos, como evidenciado pelos relatos de Miriana Ribeiro e outros residentes.

Imagem: Reprodução/Jornal da USP