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Novo levantamento revela aumento de jovens que não estudam e nem trabalham no Brasil

O cenário social e econômico do Brasil vem enfrentando um aumento significativo no número de jovens que não trabalham, não estudam e não estão em busca de emprego. Conhecidos como “nem-nem”, esses jovens representam uma parcela preocupante da população. Segundo dados recentemente divulgados pelo Ministério do Trabalho, o país registra cerca de 5,4 milhões de jovens nesta condição no primeiro trimestre de 2024, um aumento preocupante em comparação ao mesmo período do ano anterior.

O levantamento mostra que a maioria desses jovens são mulheres, correspondendo a cerca de 60% do total, e a grande maioria delas possui filhos pequenos, o que intensifica os desafios encontrados. Além disso, 68% desses jovens são negros, evidenciando uma disparidade racial que ainda persiste no acesso às oportunidades de emprego e educação no Brasil.

Qual é a taxa de participação desses jovens no mercado de trabalho?

Segundo a pesquisa, a taxa de participação dos jovens “nem-nem” no mercado de trabalho ficou em apenas 50,5% no início deste ano, uma ligeira queda em relação aos 52,7% registrados em 2019, antes da pandemia de Covid-19. Isso ressalta como a crise sanitária ainda impacta de forma significativa a vida profissional e acadêmica desses jovens.

Durante um evento sobre empregabilidade jovem, realizado pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) em São Paulo, a subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho, Paula Montagner, destacou que os altos índices de jovens “nem-nem” ainda são reflexos diretos da pandemia. Segundo ela, muitas jovens mães precisaram deixar o mercado de trabalho para cuidar de seus filhos, enfrentando dificuldades para retornar.

Situação dos jovens que trabalham

Entre os jovens que estão empregados, 45% estão na informalidade. Essas posições muitas vezes não oferecem estabilidade ou benefícios trabalhistas, levando a um ciclo de empregos precários. Além disso, somente 12% dos jovens conseguem posições em áreas como tecnologia da informação e comunicações, que geralmente oferecem melhores condições de trabalho e salários.

Paula Montagner aponta que o aumento do número de aprendizes e estagiários nos últimos anos mostra uma tentativa importante de inserir esse público no mercado de trabalho formal. Contudo, ela ressalta que muitos desses jovens ainda não concluíram o ensino médio, o que dificulta a progressão para carreiras mais técnicas e especializadas.