Método para medir poluição do Rio Tietê é alterado pelo governo de SP
A Secretaria do Meio Ambiente do estado de São Paulo está implementando um novo método para avaliar a poluição das águas do rio Tietê. A secretária estadual do Meio Ambiente, Natália Resende, revelou em uma entrevista ao Valor que essa mudança tem como objetivo alcançar medições mais precisas e resultados mais rápidos em relação à qualidade da água do rio.
No entanto, essa transição implica em deixar de lado uma série histórica de medições feitas ao longo dos anos com o método anterior.
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Novo Método de Medição da Poluição das Águas do Rio Tietê em São Paulo
A nova abordagem consiste em medir o nível de poluição da água através da observação do carbono orgânico total (COT), em contrapartida ao método anterior que utilizava a demanda bioquímica de oxigênio (DBO) para medir a poluição.
A secretária enfatiza a confiabilidade do indicador COT, destacando que ele permite medições mais diretas, econômicas e rápidas, além de gerar menos resíduos e proporcionar resultados mais consistentes.
No entanto, José Eduardo Cavalcanti, coordenador da divisão técnica de águas de saneamento do Instituto de Engenharia de São Paulo, aponta uma desvantagem: a ausência de histórico para comparação com o novo método, uma vez que o COT é uma abordagem relativamente recente, ao passo que o DBO é utilizado há muitos anos.
A Secretaria planeja abandonar o método anterior em favor do novo, eliminando assim a necessidade de manter ambas as leituras. As medições serão realizadas na região do Alto Tietê, abrangendo cerca de 250 km do rio e 39 municípios, incluindo a cidade de São Paulo e sua região metropolitana.
Quando questionada se essa mudança poderia resultar em uma aparente melhoria na qualidade da água, a secretária afirma que a expectativa é que os resultados sejam mais precisos e que, na realidade, eles podem até indicar uma situação pior do que a detectada pelo método anterior.
Essa mudança faz parte de um conjunto de três iniciativas relacionadas ao rio Tietê, incluindo desassoreamento e a expansão da rede de esgoto domiciliar.
O governo estabeleceu a meta de desassorear 14 milhões de metros cúbicos do rio até 2026, melhorando o escoamento e contribuindo para a despoluição. Além disso, pretende conectar 1,5 milhão de domicílios à rede de esgoto e ampliar as estações de tratamento de esgoto como parte de um esforço para reduzir os níveis de poluição do Tietê.
A Secretaria ressalta que a despoluição do rio é um trabalho contínuo e que essas medidas fazem parte de um compromisso de longo prazo para melhorar a qualidade da água e do meio ambiente.
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Imagem: Reprodução/Freepik