Marisa: entenda como a empresa chegou à crise em que se encontra
A previsão da rede de varejo Marisa é de encerrar as atividades de 91 de suas lojas até o mês de junho, com o objetivo de voltar a ter capital para investir, de retomar o bom desempenho de suas operações e de ser rentável novamente. Porém, a empresa já sofre uma crise financeira há 10 anos e tomou outras ações.
Nos últimos cinco meses, a Marisa passou pela renúncia de cinco de seus executivos da alta cúpula, contratou assessores externos, anunciou emissões de debêntures e direitos creditórios. Todos são reflexos de uma empresa tentando sair de uma crise. Assim, entenda como a Marisa chegou a essa situação.
Empresa se esforça para renegociar prazos, dívidas e cortar despesas
A Marisa é considerada uma das maiores redes de moda feminina e lingerie do Brasil, mas enfrenta uma longa crise financeira desde o começo da década. O foco é a classe média, mas, nos últimos anos, a empresa passou a apertar as margens para manter seus preços baixos e, com isso, parou de inovar.
A partir desse cenário, a qualidade dos produtos sofreu uma queda e a companhia perdeu o poder de compra dessa fatia da população, principalmente com renda entre renda entre R$ 3 mil e R$ 5 mil. Em 2016, a família Goldfarb, fundadora da rede, deixou a gestão e um executivo assumiu o comando.
No entanto, depois das recessões de 2015 e 2016 e da pandemia de Covid-19, as finanças da população em geral e o avanço das varejistas foram intensamente limitados. Em 2020, a Marisa registrou um prejuízo líquido de mais de R$ 400 milhões e outro de mais de R$ 200 milhões no ano passado.
Já no primeiro trimestre deste ano, a empresa apontou um prejuízo líquido de R$ 148,9 milhões, o que representa um crescimento de 64,2% em relação ao mesmo período de 2022. Com todos esses resultados e perspectivas ruins, as ações da Marisa foram de R$ 27 em 2013 para menos de R$ 1 atualmente.
Em fevereiro, a companhia afirmou que, em “continuidade ao processo de otimização financeira e aprimoramento de sua estrutura de capital”, estaria contratando a BR Partners para assessorá-la na renegociação das dívidas. A Galeazzi Associados também foi contratada no mesmo período.
Imagem: Divulgação/Marisa