Greve ou não? Funcionários do Metrô de SP falam sobre possível paralisação na próxima semana
Os trabalhadores do Metrô de São Paulo decidiram não entrar em greve na próxima terça-feira (31), após uma votação em uma assembleia que durou cerca de 24 horas e terminou na quinta-feira (26).
A possibilidade de uma nova greve surgiu em resposta à demissão de cinco operadores de trens pela estatal, devido à paralisação surpresa dos metroviários no dia 12. A direção do Sindicato dos Metroviários defendeu a ideia de uma greve.
A decisão final foi que os metroviários tentariam realizar uma nova paralisação em conjunto com os funcionários da CPTM e da Sabesp, como fizeram no dia 3. A greve, que duraria 24 horas, tinha como foco central os projetos de privatização do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos). Dessa vez, também considerou-se a participação de professores da rede estadual de ensino.
Classe trabalhadora do Metrô de São Paulo decide não entrar em greve no dia 31
A maioria dos votantes, 59,4% (1.630 metroviários), decidiu contra a greve no dia 31, enquanto 37,2% (1.021 trabalhadores) votaram a favor, com 93 abstenções (3,4%).
Na mesma votação, 85,2% apoiaram uma mobilização unificada com CPTM, Sabesp e APEOESP (o sindicato dos professores da rede estadual).
Durante a assembleia, houve uma briga entre os funcionários, interrompendo brevemente a votação. A discussão destacou a divisão na categoria, com alguns funcionários defendendo apenas a greve unificada com outras categorias.
A presidente do Sindicato dos Metroviários, Camila Lisboa, lembrou a demissão de cerca de 40 funcionários, incluindo ela mesma, em 2014, após a maior greve em uma década, que durou cinco dias.
Nove funcionários sofreram punições neste mês, incluindo cinco demissões, uma suspensão e três suspensões sem remuneração para inquérito no Tribunal Regional do Trabalho.
Os metroviários apoiam a unificação das pautas, reivindicando a readmissão dos funcionários e o fim dos planos de privatização, além de apoiar a união com sindicatos de outras categorias de funcionários públicos.
O protesto no dia 12, feriado de Nossa Senhora Aparecida, paralisou o metrô por três horas devido a advertências consideradas injustas pelos metroviários.
O sindicato alega que as demissões são retaliações do governo de Tarcísio aos funcionários por sua oposição às privatizações e terceirizações. O Metrô defende as demissões com base em evidências de conduta irregular.
A empresa estatal afirmou que está avaliando outros casos e não descarta novas punições, alegando que a paralisação não cumpriu a legislação devido à falta de aviso prévio e autorização da assembleia dos metroviários.
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Imagem: Reprodução/Freepik