Escassez de profissionais qualificados ameaça o setor com maior crescimento de empregos
A partir do avanço das mudanças climáticas e da pressão imposta pela sociedade para que as empresas ajudem a freá-las, o perfil de colaborador procurado pelas instituições também mudou. Nos últimos cinco anos, cresceu significativamente a demanda por profissionais capazes de colocar em prática padrões ESG.
A sigla se refere às boas práticas ambientais, sociais e de governança dentro das companhias e o que pesquisas recentes indicam é que o setor pode gerar mais de 9 milhões de novos postos de trabalho anualmente. No entanto, a falta de qualificação já tem trazido uma escassez de profissionais da área.
Empregos verdes crescem, mas aprimoramento não acompanha
O relatório The Future of Jobs 2023, produzido pelo Fórum Econômico Mundial e divulgado em abril, indica que um cenário de recuperação verde tem capacidade de levar o PIB global a um crescimento adicional de 3,5%, além de contribuir para a geração de mais de 9 milhões de novos empregos por ano.
Especialistas em sustentabilidade e profissionais de proteção ambiental são os cargos que serão mais impulsionados. “Os investimentos na transição verde, na aplicação de padrões ESG e na adaptação às mudanças climáticas são esperados ter fortes impactos na criação de empregos”, afirma o relatório.
No entanto, apesar desse cenário bastante promissor para a área, o estudo do Fórum Econômico Mundial também alerta os profissionais que estão buscando emprego nesse setor: os colaboradores não estão suficientemente preparados e qualificados para suprir essa nova demanda do mercado de trabalho.
“Embora haja um crescimento contínuo de empregos verdes nos últimos quatro anos, conforme indicado por uma pesquisa adicional realizada pelo LinkedIn para o relatório deste ano, a requalificação e o aprimoramento de habilidades verdes não estão acompanhando esse ritmo”, aponta o documento.
Para Sue Duke, que é diretora de Políticas Públicas Globais do LinkedIn, “o crescimento dos empregos verdes é uma ótima notícia. Mas os dados deixam claro que as pessoas não estão desenvolvendo habilidades ecológicas em um ritmo suficientemente rápido para cumprir as metas climáticas”.
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