Dupla jornada de trabalho faz parte da rotina de 40% das mulheres; saiba mais
Segundo dados da Vidalink, aproximadamente 40% das mulheres no Brasil enfrentam a dupla jornada, trabalhando e cuidando da casa, em comparação com 24% dos homens. A pesquisa “Check-up de bem-estar 2023”, realizada com 8.900 colaboradores de 217 empresas, destaca que apenas 21% das mulheres se sentem tranquilas, felizes ou realizadas na maior parte do dia.
Luis González, CEO da Vidalink, enfatiza a necessidade de abordar o bem-estar corporativo de maneira holística diante das disparidades identificadas, especialmente entre os gêneros. Ele destaca a importância de adaptar os programas de benefícios conforme a realidade de cada colaborador, reconhecendo as diferenças e garantindo equidade.
Desafios do Bem-Estar Corporativo: Dupla Jornada e Disparidades de Gênero no Brasil
As mulheres trabalham em média 7,5 horas a mais por semana devido à dupla jornada, que inclui tarefas domésticas e trabalho remunerado.
Mais de 90% das mulheres realizam atividades domésticas não remuneradas, enquanto os homens correspondem a cerca de 50%, conforme o Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça de 2023, elaborado pelo Ipea. González ressalta que, apesar da preocupação das mulheres com a saúde mental, a sobrecarga de trabalho pode negligenciar outros aspectos do bem-estar.
A sobrecarga na dupla jornada levanta o conceito de pobreza de tempo, onde as preocupações com saúde, renda e afazeres domésticos deixam pouco espaço para o desenvolvimento pessoal. González destaca a importância de as empresas serem aliadas, oferecendo oportunidades de desenvolvimento.
Quatro fatores fundamentais para a satisfação do bem-estar, segundo González, incluem sentimento de realização diária, percepção positiva da rotina, prática regular de exercícios e evitar acumular uma dupla jornada sem suporte.
Para resultados eficazes em cada jornada de cuidado, a temática do bem-estar deve integrar a estratégia geral da empresa. González conclui que ao abordar o bem-estar corporativo, é crucial assumir a responsabilidade pela construção de uma cultura organizacional mais justa, empática e positiva, trazendo benefícios tangíveis para a produtividade, o engajamento e a satisfação da equipe.
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