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Adoecimento mental em função do trabalho tem aumento preocupante

O Ministério da Saúde recentemente ampliou a lista de doenças relacionadas ao trabalho, marcando uma mudança significativa nas relações laborais. Esta atualização incluiu 165 novas condições, um aumento de 90% em relação à lista anterior, que já continha 182 enfermidades.

Entre as adições estão transtornos mentais, como a síndrome de burnout, ansiedade, depressão, tentativas de suicídio e o uso de certas substâncias.

Impacto da Atualização na Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho

A partir de 29 de novembro de 2023, aqueles que são afastados do trabalho devido a doenças relacionadas terão 12 meses de estabilidade no emprego após a alta médica, com o empregador responsável pelo recolhimento do FGTS e a continuidade da contagem do tempo de contribuição para a aposentadoria.

Segundo Marcelo Silva Porto, juiz da Sexta Vara do Trabalho de Caxias do Sul (RS), essa mudança, após 24 anos com a mesma lista, representa um aumento na proteção do trabalhador.

Porto aponta que muitos desses casos não são devidamente registrados devido à falta de compreensão por parte dos trabalhadores sobre sua própria condição de saúde, e também porque algumas empresas não reconhecem a relação entre os transtornos mentais e o ambiente de trabalho.

Prevê-se um aumento nos afastamentos nos próximos cinco anos, segundo o juiz, enquanto a consultora em inteligência emocional, gestão e recursos humanos, Camila Alves, sugere que essa mudança pode incentivar as empresas a se preocuparem mais com o bem-estar de seus funcionários, especialmente após a conscientização durante a pandemia sobre a importância da saúde mental.

Patrícia Genelhu, psicóloga, alerta para os perigos de transtornos não tratados, que podem levar a problemas graves de saúde e até mesmo tentativas de suicídio.

Desde 2021, quando o Ministério da Previdência Social começou a registrar o gênero dos beneficiados, tem sido observado que mais mulheres do que homens recebem benefícios por incapacidade relacionada a problemas cerebrais e comportamentais.

Genelhu atribui isso às desigualdades de gênero na sociedade, com mulheres assumindo jornadas de trabalho duplas, tanto profissionais quanto domésticas. Ela enfatiza a necessidade de uma mudança cultural para garantir condições de trabalho igualitárias e proteger a saúde mental de todos.

Imagem: Reprodução/Freepik