Rage Applying: Entenda a tendência que segue crescendo no Brasil
No cenário atual do mercado de trabalho, um fenômeno tem ganhado destaque e gerado discussões entre especialistas em recursos humanos. Conhecido como “Rage Applying”, o termo se refere ao ato de se candidatar a empregos de forma impulsiva e motivada por sentimentos de frustração e descontentamento no ambiente de trabalho atual.
De acordo com um recente estudo realizado pela FGV-IBRE, em abril de 2024, foi observado um aumento considerável no número de demissões a pedido do empregado, totalizando 734.943 casos. Este aumento é visto como um indicativo da crescente incidência de “Rage Applying” entre os trabalhadores brasileiros.
Por que o “Rage Applying” está se tornando comum?
O “Rage Applying” geralmente ocorre em um contexto onde o trabalhador sente-se desvalorizado ou frustrado com sua situação profissional atual. Segundo especialistas, este comportamento é frequentemente impulsionado pela insatisfação no convívio diário com gestores, pela falta de promoções, pelo não reconhecimento do trabalho e pela incompatibilidade com as atribuições do cargo.
As gerações mais afeitas ao “Rage Applying” são os Millenials e a Geração Z. Estes grupos tendem a valorizar bastante o reconhecimento e a cultura de feedback dentro das empresas. Quando essas expectativas não são atendidas, a frustração pode levar à decisão de procurar novas oportunidades, mesmo que às vezes de maneira precipitada.
Impactos do “Rage Applying” para trabalhadores e empresas
- Para o trabalhador: Escolher uma nova posição profissional de “cabeça quente” pode resultar em mais frustração se as novas atividades não corresponderem às expectativas ou se o ambiente de trabalho for semelhante ao anterior.
- Para a empresa: Resulta em alta rotatividade, o que gera custos com treinamentos, rescisões e processos seletivos reiterados, sem mencionar a sobrecarga para os demais funcionários.
Para evitar decisões precipitadas, é importante que os funcionários busquem primeiro dialogar com a gestão da empresa. Propor uma rotina de feedbacks, implantar programas de treinamento e planejamento de carreira pode ser uma solução válida antes de tomar a decisão de deixar o emprego atual.
Do lado das empresas, é essencial manter um canal aberto de comunicação com os colaboradores, investindo em pesquisas de clima organizacional e desenvolvendo uma cultura de feedback. A especialista também enfatiza a importância de considerar a saúde mental e física dos colaboradores, promovendo um ambiente respeitoso, empático e propício ao desenvolvimento profissional.
Entender o “Rage Applying” e suas consequências ajuda a criar estratégias mais efetivas para retenção de talentos e para evitar que a frustração dos funcionários cresça até o ponto de buscar a demissão como única saída. Além disso, é uma oportunidade para as empresas reverem suas práticas de gestão de pessoas, visando a criação de um ambiente de trabalho mais saudável e motivador.