Demissão silenciosa: veja dicas de como evitar a prática
O “Quiet Quitting”, denominado demissão silenciosa, é um fenômeno que vem ganhando notoriedade entre os profissionais da geração Z. Ele se refere à atitude de cumprir apenas as tarefas propostas para a função, nunca indo além do que é estritamente necessário.
Recentemente, esse comportamento viralizou no TikTok e acendeu um debate nas redes sociais sobre a saúde e o bem-estar emocional no ambiente de trabalho. Confira!
Epidemia de esgotamento no ambiente de trabalho pode gerar uma demissão
Diante dessas mudanças, um dado alarmante foi revelado pelo relatório Employee Stress Check 2022, da organização Talkspace: 50% dos trabalhadores se sentem esgotados e 57% dão preferência a manter o emprego atual, caso ele ofereça mais serviços relacionados à saúde mental.
“Em diversas situações, a demissão silenciosa ocorre devido a um ambiente de trabalho tóxico e uma gestão que não estimula a participação ativa dos funcionários”, analisa o psicólogo Cintra Jr.
Como a liderança pode colaborar para um ambiente de trabalho saudável?
De acordo com Wanderley Cintra Jr., psicólogo e especialista em comportamento no trabalho, essa tendência abre um espaço para uma discussão importante sobre a dinâmica corporativa no século XXI. “A pandemia trouxe várias alterações, como a adoção do home-office por muitos profissionais, que acabaram estendendo sua jornada de trabalho pelo medo de perder o emprego”, afirma Wanderley.
Como explica Wanderley, a liderança tem um papel essencial para tornar o ambiente de trabalho mais saudável e, assim, prevenir o fenômeno do “quiet quitting”. Um dos caminhos é a preparação da liderança. Segundo uma pesquisa realizada pela consultoria Michael Page, 80% dos profissionais apontam os líderes como principal motivo para uma demissão.
Além disso, estimular a comunicação também é fundamental. A falta de diálogo é uma das maiores queixas dos profissionais que aderem ao “quiet quitting”. O feedback construtivo surge como uma estratégia eficiente: “O feedback não deve ser visto como uma bronca, mas sim como uma forma de orientar o colaborador para que ele possa melhorar seu comportamento e desempenho,” aponta Cintra.
Importância do autocuidado e da saúde mental no trabalho
Finalmente, diante de um cenário em que a exaustão física e mental é o gatilho para a “demissão silenciosa”, investir na saúde mental é imperativo. “Trabalho não deve ser sinônimo de sofrimento, mas uma atividade que traga realização pessoal. A empresa pode promover ações que auxiliem os colaboradores a estabelecerem uma relação mais saudável com o trabalho”, conclui Cintra Jr.
Imagem: Reprodução/Freepik