Você sabia? Parque Ibirapuera já teve um cemitério de animais
Uma cruz de mais de dois metros de altura e uma pequena pirâmide, que se assemelha a um obelisco cor de tijolo, com a inscrição “Ao nosso fiel amigo Pinguim”, encontram-se próximas à pista de corrida do Parque Ibirapuera, na Zona Oeste de São Paulo.
Essas estruturas não foram dispostas aleatoriamente, mas sim como testemunhos de uma história com mais de 100 anos, que remonta a um antigo cemitério de animais.
De acordo com Vanice Teixeira Orlandi, presidente da União Internacional Protetora dos Animais (UIPA), parte da área atualmente ocupada pelo parque pertenceu à associação entre 1920 e 1974. Nessa época, o local abrigava o cemitério de animais, um hospital veterinário, um abrigo para cachorros e a sede administrativa.
História do Primeiro Cemitério de Animais em São Paulo
A pequena pirâmide é a lápide do túmulo de um cão chamado Pinguim, com as datas de nascimento e morte do animal, além de uma mensagem de homenagem e os nomes dos donos. A cruz, por sua vez, pertence ao túmulo de um Pastor Alemão chamado Fiel, também enterrado pelos donos no antigo cemitério.
Essas lápides permaneceram no local quando a UIPA foi forçada a se mudar devido à expansão do Parque Ibirapuera em 1974. Muitos túmulos foram removidos e destruídos na época, mas essas duas lápides surpreendentemente permaneceram.
As lápides foram descobertas recentemente por frequentadores do parque, alguns dos quais não tinham conhecimento da história do cemitério de animais até que uma placa informativa tenha sido instalada pela administração do parque em outubro deste ano.
A UIPA, fundada em 1895, é a associação civil mais antiga do Brasil e tinha como objetivo denunciar maus-tratos a animais e protegê-los. Durante sua permanência no local, o cemitério de animais testemunhou rituais de despedida, incluindo homenagens e a colocação de flores nas lápides.
A descoberta dessas lápides intactas é notável em uma cidade onde a preservação histórica muitas vezes é negligenciada. Com a transferência da UIPA em 1974, a área ocupada por eles e pelo cemitério de animais foi desativada devido à valorização do bairro, que antes era desvalorizado, e a elite local não desejava um cemitério no parque.
Hoje, São Paulo oferece locais públicos e cemitérios privados para o sepultamento de animais de estimação. A preservação dessas lápides representa um lembrete importante da história da proteção animal na cidade.
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Imagem: Reprodução/Quinto Andar