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Polêmica: estátua de Madrinha Eunice é escondida em festival de São Paulo

A montagem do palco de um evento de cultura geek no centro de São Paulo, que ocultou a estátua em homenagem a Deolinda Madre, na Praça da Liberdade, desencadeou protestos e acusações de racismo. Esse incidente ocorreu no último domingo, 17 de setembro.

Evento de Cultura Geek em São Paulo Gera Polêmica com Ocultação da Estátua de Deolinda Madre

A estátua de Madrinha Eunice, uma figura importante na história da cidade por ter fundado a Lavapés (hoje Lavapés Pirata Negro) na década de 1930, uma das escolas de samba mais antigas de São Paulo, foi discretamente escondida na lateral do palco, com uma das estruturas colocadas em cima da placa que explicava sua importância.

A escultura de Madrinha Eunice foi inaugurada no ano anterior como parte do projeto do Departamento de Patrimônio Histórico da prefeitura de São Paulo, que visava homenagear figuras negras notáveis da cidade.

O Festival Cultura Geek, por sua vez, foi organizado pela Associação Brasil Nippo com o apoio da prefeitura. Em resposta à polêmica, a associação emitiu uma nota de retratação expressando sua “profunda indignação” com o ocorrido e responsabilizando uma empresa terceirizada contratada pela prefeitura pela montagem inadequada do palco.

A associação afirmou que desativou a programação do palco assim que soube do incidente e ressaltou que não tinha a intenção de desrespeitar a memória de Madrinha Eunice e da comunidade negra.

A gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou que a localização exata do palco foi determinada pelo promotor do evento e que o incidente está sendo investigado. A Secretaria Municipal de Cultura condenou o ocorrido como um desrespeito à memória da sambista Madrinha Eunice e prometeu tomar medidas para evitar que situações semelhantes ocorram no futuro.

A União das Escolas de Samba Paulistanas (Uesp) emitiu uma nota de repúdio, expressando sua tristeza e indignação com a forma como Madrinha Eunice foi ignorada e apagada durante o evento na praça. O grupo exigiu respostas e mudança na postura em relação ao ocorrido.

Um grupo de mulheres também realizou uma manifestação durante o evento, destacando a importância do direito à memória e condenando a violação desse direito ao permitir que o palco fosse montado sobre o espaço da estátua de Madrinha Eunice.

Rosana Rufino, presidente da Comissão da Verdade da OAB-SP, expressou sua preocupação com o retrocesso histórico que isso representou para o movimento negro e a sociedade como um todo.

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Imagem: Reprodução/Liga-SP