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Película comestível? São Paulo revoluciona o armazenamento de alimentos frescos

Pesquisadores da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), em colaboração com o Centro de Pesquisa em Alimentos (FoRC) da Universidade de São Paulo (USP), desenvolveram uma película comestível enriquecida com extrato de abricó, uma fruta abundante na região Norte do Brasil e em Minas Gerais.

Essa película conseguiu aumentar significativamente a vida útil de maçãs e mandioquinhas minimamente processadas, passando de três para 15 dias.

Conheça essa nova tecnologia!

Pesquisa Desenvolve Película Comestível para Prolongar a Vida Útil de Alimentos

Alimentos minimamente processados, como frutas e vegetais já cortados e embalados, as enzimas das células expostas ao ar podem oxidar a superfície dos alimentos, reduzindo sua vida útil para menos de três dias. Isso resulta em um desperdício significativo de alimentos, o que motiva a necessidade de tecnologias como a película comestível.

Essa película foi formulada a partir de uma combinação de pectina (um carboidrato solúvel encontrado na parede celular de vegetais, comumente usado em geleias) e glicerina (um plastificante comestível que confere flexibilidade à película).

Além disso, incorporaram o extrato de abricó, rico em compostos fenólicos, como quercetina, miricetina e kaempferol, conhecidos por seus efeitos antioxidantes e antimicrobianos comprovados.

Além de prolongar a durabilidade dos alimentos e reduzir o desperdício, a película torna os vegetais mais saudáveis para os consumidores, graças à presença desses compostos fenólicos. Esses compostos têm sido estudados há muito tempo pela ciência de alimentos e demonstraram ser importantes para aumentar a longevidade e reduzir os riscos de doenças crônicas.

Os testes realizados demonstraram que a película com compostos fenólicos possui propriedades antimicrobianas eficazes. Quando em contato com bactérias patogênicas, como Staphylococcus aureus e Escherichia coli, os compostos presentes na película conseguiram reduzir a população desses microrganismos em torno de 90%.

Quanto ao sabor, os pesquisadores planejam realizar estudos sensoriais para avaliar se a película afeta o sabor e a aparência dos alimentos, mas acredita-se que as mudanças serão mínimas, devido à fina espessura da película e à quantidade reduzida de extrato de abricó utilizada.

Portanto, essa inovação tem o potencial de ser uma alternativa promissora aos conservantes artificiais, contribuindo para a redução do desperdício de alimentos e a melhoria da qualidade nutricional dos produtos minimamente processados.

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Imagem: Reprodução/Freepik