Especialistas alertam para perda de interesse dos jovens no Enem; entenda o motivo
As inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) já estão encerradas. Na edição de 2023, são mais de 4,6 milhões inscritos, o que representa metade dos 8,7 milhões de 2014, há quase uma década.
Nesse sentido, especialistas estão apontando para o aumento da falta de interesse pelo exame.
Entenda o motivo da queda
Em primeiro lugar, entre 2020 e 2022, a pandemia causou diversos impactos na educação brasileira, o que também influenciou a relação dos jovens com o Enem. Nesse sentido, o exame de 2021 foi o que menos despertou o interesse dos estudantes desde o ano de 2005, com apenas 3,1 milhões de inscritos.
Além disso, o Enem também deixou de ter a função de certificar a conclusão do ensino médio. Isso levava os estudantes a se inscreverem para obter o diploma e não para ingressar no ensino superior. Vale lembrar também que jovens de baixa renda têm tido dificuldades para concluir o ensino médio.
Nesse sentido, é importante pontuar que não há programas de apoio a esses estudantes, como bolsas de moradia e alimentação. Portanto, esses adolescentes com menos recursos vão para as universidades por meio de cotas, mas têm que abandonar o curso porque não possuem benefícios para se manterem.
Em relação às soluções, é fundamental pensar em formas de oferecer esperança aos jovens e promover mudanças estruturais. Assim, as escolas estaduais deverão auxiliar os estudantes na preparação para a realização da prova. Dessa forma, é possível conectar a conclusão do ensino médio e a inscrição no Enem.
Para além disso, o governo precisa apoiar os jovens através de políticas públicas para permitir o acesso e a permanência deles no ensino superior. Apesar disso, na edição deste ano, o cenário parece estar mudando: o número de inscritos foi 8,2% maior do que no ano passado.
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