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Novo Plano Diretor de São Paulo deve trazer diversas mudanças para a cidade

Nesta semana, foi aprovada a revisão do Plano Diretor Estratégico (PDE) da cidade de São Paulo. O que ficou evidente é que o prefeito e os vereadores estão mais interessados em planejar o futuro do mercado imobiliário da capital, tornando seus lucros mais tangíveis e seguros, do que atender às demandas da população.

Inicialmente, uma primeira minuta foi apresentada pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), que foi considerada inadequada. Depois, um novo documento foi preparado pelo vereador Rodrigo Goulart (PSD) e, então, aprovado pelos parlamentares. Porém, o texto final não representa melhoras efetivas.

Entenda o que muda com o Novo Plano Diretor.

Impactos do Novo Plano Diretor são nos mais diversos setores da cidade

Entre os muitos problemas estão os impactos na paisagem que prédios mais altos causarão e o incômodo que mais moradores poderão provocar para bairros hoje considerados tranquilos. Mas, além disso, o texto agrava a crise ambiental, a desigualdade e o racismo, já característicos da capital paulista.

O incentivo à verticalização proposto pela revisão do plano determina o agravamento da segregação racial da cidade. Isso porque a aquisição de apartamentos se torna inacessível para negros, pobres e periféricos, o que aumenta o número de regiões exclusivamente brancas, como é o caso de Higienópolis.

O compromisso firmado com construtoras e incorporadoras acabará transformando a habitação social em fonte de renda de investidores imobiliários que, geralmente, são brancos. Portanto, o recurso público, dificilmente, será revertido em moradias nas regiões com as melhores condições de infraestrutura.

Vale lembrar que o Plano Diretor de 2014 propôs incentivos para construir essas moradias ao redor dos eixos de mobilidade (estações de metrô e corredores de ônibus). O resultado da proposta foi a construção de micro apartamentos, com metro quadrado caro, ou apartamentos para famílias de classe média alta.

Portanto, o que fica claro é que a revisão apenas mantém o padrão de desigualdade e segregação racial.

Imagem: Reprodução/Getty Images