A prática da venda de ativos por empresas que procuram reduzir suas dívidas está em alta no Brasil. A partir de um cenário incerto a respeito da queda da taxa de juros, transações desse tipo e com essa finalidade específica têm ganhado participação no mercado, enquanto as tradicionais estão em queda.
Nesse sentido, um levantamento mostra que, de janeiro a abril deste ano, quase 30% das operações do mercado de fusões e aquisições (M&A) envolveram os chamados ativos “estressados” (com alguma dificuldade). Esse número foi de 10% nos dois últimos anos. Saiba mais sobre essa tendência atual.
Ativos “estressados” são de companhias com alto endividamento
O levantamento foi feito pela FTI Capital Advisors e indica que, entre janeiro e abril deste ano, 48,6% do volume financeiro dos negócios fechados envolveu ativos estressados, o que representa R$ 28,9 bilhões. Para efeito de comparação, em todo o ano de 2022, essa fatia foi de 11%, enquanto que em 2021 foi de 9,1%.
A partir de uma análise dos ativos que foram colocados à venda, a principal leitura para os próximos meses é que operações envolvendo esse perfil de transação deverão continuar em alta. Mas, apesar disso esse número deve se manter distante do percebido no ano de 2016, no contexto da Operação Lava Jato.
Renato Boranga, diretor executivo da FTI, explica que “já há casos de empresas que estão colocando negócios à venda agora porque não sabem por quanto tempo a taxa de juros se manterá alta. Elas querem evitar entrar em uma espiral negativa”, mas não fornece mais detalhes sobre esses ativos.
O diretor executivo ainda lembra que está crescendo o número de empresas entrando em recuperação judicial, o que irá acelerar as transações envolvendo companhias estressadas. O aumento de recuperações no país pode ser explicado pelo momento econômico brasileiro e pela recessão global.
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