Turistas se encantam com o ‘vulcão’ em erupção no litoral de SP
Embora seja notoriamente conhecido o fato de o Brasil não possuir nenhum vulcão, no ano de 1896, um fenômeno geológico levou milhares de turistas para o litoral de São Paulo. Em Santos, o “Vulcão do Macuco” foi considerado a primeira atração turística da cidade e o fenômeno tem sua origem em um acidente.
Aos poucos, conforme o “vulcão” foi crescendo em densidade e tamanho, a notícia de que havia um fenômeno desse tipo em erupção começou a circular pelas ruas de Santos e por outras cidades do país. Conheça a história do “vulcão” brasileiro que se transformou em atração para milhares de turistas.
“Vulcão” em erupção no litoral encantou turistas em 1896
O jornalista e historiador Sergio Willians afirma que o fenômeno começou no dia 28 de dezembro, por volta das 13h, quando era instalado um sistema de esgoto no novo bairro Macuco. Operários inseriram no local um tubo de aproximadamente 17 metros e uma corrente de ar frio saiu da tubulação.
Aquilo era um bolsão de gás, mas os trabalhadores não souberam na hora. “O gás começou a sair e, quando ele chegou na atmosfera, ou seja, no ar, ele entrou em ebulição. Ele teve uma ignição, pegou fogo, e junto com isso começou a sair uma lama avermelhada”, aponta Willians.
O chamado “Vulcão do Macuco” passou um mês em “erupção”, mas ninguém conseguia explicar o que era aquilo. Então, a população da região e os turistas passaram a chamá-lo de vulcão. O historiador define toda a situação a partir do ditado: “Quem conta um conto, aumenta um ponto”.
Para comportar a quantidade de turistas a caminho de Santos, companhias de bondes criaram linhas especiais para levá-los ao Macuco. Além dos bondes, as pessoas chegavam ao bairro a pé ou através de barcos, uma vez que o local era próximo ao porto da cidade.
“Depois de um tempo, ele [o vulcão] foi diminuindo as chamas e aí acabou apagando, porque o gás, chega uma hora que ele acaba”, explica Willians. Segundo ele, a localização do “vulcão” pode ser perto de onde está o Complexo da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), na Rodrigues Alves.
Imagem: Reprodução/Memória Santista