De acordo com os dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a indústria do estado de São Paulo recuou 0,7% em fevereiro e, entre dezembro e fevereiro, já acumula uma queda de 4,7%. Mas a crise da indústria é mais profunda.
São Paulo representa o principal motor da indústria nacional e é responsável por aproximadamente um terço de toda a produção brasileira. Apesar disso, o patamar da produtividade das indústrias paulistas está bem abaixo do ápice da série histórica, em março de 2011, antes da pandemia e da recessão.
Entenda o motivo da crise da indústria paulista.
Em uma década, indústria de São Paulo passa por queda intensa
Para o economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Rafael Cagnin, a redução na produção industrial paulista reflete alguns fenômenos. Por um lado, a indústria de São Paulo tem setores com maior presença da tecnologia e, portanto, mais afetados pela alta dos juros.
“Muitos deles são produtores de bens duráveis, cujos mercados sofrem mais com níveis de juros mais altos. E também precisam que empresas e famílias tenham expectativas favoráveis para sua demanda se expandir”, explica.
Por outro lado, há um cenário de desindustrialização da economia. “Esse processo tende a fortalecer ramos industriais de início de cadeia, processadores de bens primários, mais para o interior do país, fora do eixo tradicional em que São Paulo é o centro”, conclui.
Hoje, a produção da indústria paulista está 24,6% abaixo do momento mais alto da série histórica, que ocorreu em março de 2011. Esse ápice de produtividade é anterior tanto à pandemia quanto à recessão econômica de 2015 e 2016.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção da indústria nacional recuou em 5 dos 15 locais analisados no mês de fevereiro. Os destaques da queda são Rio Grande do Sul e São Paulo. Na média do país, a indústria teve uma diminuição de 0,2%.
Imagem: Divulgação/Portal Brasil