Presença de crianças pequenas em casa afeta número de mulheres no mercado de trabalho; entenda

Um estudo recente realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que a presença de crianças pequenas em casa, com idade de até seis anos, apresenta um impacto oposto no nível de ocupação entre trabalhadores brasileiros de 25 a 54 anos, enquanto a taxa de ocupação cai entre as mulheres, ela aumenta entre os homens.

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Em 2022, a taxa de ocupação para mulheres sem crianças em casa era de 66,2%, porém, para aquelas com crianças de até seis anos no domicílio, a taxa diminuía para 56,6%. Já entre os homens, a taxa de ocupação subia de 82,8% para 89% em lares com crianças. Esta diferença significativa de 32,4 pontos percentuais entre homens e mulheres em casas com crianças pequenas ressalta a disparidade de gênero no mercado de trabalho brasileiro.

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A maior distância no nível de ocupação, levando em consideração a presença de crianças no domicílio, ocorre entre as mulheres pretas e pardas. Entre estas, a diferença no nível de ocupação chegava a 10,7 pontos percentuais, superando a média feminina geral de 9,6 pontos percentuais.

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Diferenças no tempo de trabalho

Outro aspecto que distancia a experiência de homens e mulheres é o tempo de trabalho. Em 2022, 28% das mulheres ocupadas trabalhavam em tempo parcial (até 30 horas semanais), quase o dobro da taxa masculina de 14,4%. Entre mulheres pretas ou pardas, este percentual era ainda maior, atingindo 30,9%, contra 24,9% entre mulheres brancas.

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Além disso, as mulheres continuam dedicando mais tempo ao trabalho doméstico e aos cuidados com a família. Em 2022, as mulheres gastaram em média 21,3 horas por semana nesses afazeres, enquanto os homens dedicaram 11,7 horas. Esta é uma diferença que se manteve praticamente estável desde 2016.

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Segundo Barbara Cobo Soares, uma das autoras do estudo e professora da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Ence), a restrição da participação feminina no mercado de trabalho traduz a maior dedicação feminina às atividades domésticas e de cuidado. Além disso, a falta de serviços como creches e assistência a idosos compromete ainda mais a disponibilidade das mulheres para o mercado de trabalho.

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Este cenário evidencia a necessidade de uma mudança estrutural na forma como as expectativas de gênero são construídas e perpetuadas, a fim de promover uma sociedade mais igualitária e inclusiva.

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