Em 2022, o Brasil registrava 10,9 milhões de jovens entre 15 e 29 anos que não estudavam nem estavam ocupados, representando 22,3% da população nessa faixa etária, segundo o IBGE. Esse cenário afetava principalmente mulheres negras ou pardas, totalizando 43,3% desse grupo.
O termo "nem-nem" é frequentemente usado para descrever jovens nessa situação, mas o IBGE prefere evitá-lo devido à possibilidade de alguns realizarem atividades não remuneradas em casa.
Os dados revelam que a falta de trabalho e estudo incide mais sobre jovens em situação de pobreza. Do total, 61,2% eram considerados pobres, vivendo com menos de US$ 6,85 por dia em PPC. A extrema pobreza atingia 14,8% desse grupo.
A análise aponta que, em 2022, quanto menor o rendimento domiciliar, maior a proporção de jovens sem estudo ou trabalho. Em domicílios na faixa 10% mais pobre, 49,3% dos jovens estavam nessa condição, um aumento em relação a 2012, quando era 41,9%.
Apesar de 10,9 milhões ser o menor número da série, o IBGE ressalta que o total de jovens de 15 a 29 anos também diminuiu. A proporção de jovens sem estudo ou trabalho era de 22,3%, menor que em 2021 (25,8%), mas não a mais baixa, registrada em 2013 (21,6%).
O instituto atribui a redução ao aumento da ocupação dos jovens, vinculando essa melhora à retomada do mercado de trabalho. Denise Guichard Freire, analista do IBGE, destaca que em crises os jovens são dispensados primeiro, mas na atual retomada têm conseguido gradualmente retornar ao mercado.
Esses dados, oriundos da Síntese de Indicadores Sociais, enfatizam a necessidade de políticas para combater a desigualdade de oportunidades e garantir o acesso de todos os jovens à educação e trabalho, especialmente os mais vulneráveis economicamente.
Imagem: Reprodução/Freepik
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