Nos últimos anos, a insegurança sobre a estabilidade no emprego tem se tornado um sentimento crescente entre os trabalhadores brasileiros. Este receio é frequentemente chamado de “FOGLO” - Fear of Getting Laid Off, em inglês, e traduzido como o medo de enfrentar a demissão. De acordo com um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) realizado em 2024, 31% dos profissionais brasileiros estão seriamente preocupados com a possibilidade de serem demitidos.
Ainda que os números de desemprego tenham caído desde o pico durante a pandemia, a sensação de instabilidade persiste. Muitos trabalhadores enfrentaram períodos de incerteza que impactaram tanto suas perspectivas de crescimento quanto sua satisfação no trabalho. Essa ansiedade é exacerbada por demissões em massa e mudanças rápidas no mercado de trabalho.
O medo de perder o emprego não só causa estresse individual como também compromete o ambiente organizacional. Quando os profissionais sentem que seus empregos estão em risco, a disposição para inovar e assumir riscos calculados pode diminuir. Isso pode resultar em um ambiente de trabalho onde os funcionários evitam expor suas ideias e habilidades, afetando a produtividade geral.
Por outro lado, essa insegurança pode encorajá-los a procurar novas oportunidades, muitas vezes antes mesmo de serem realmente ameaçados por uma demissão. Isso causa uma rotatividade mais alta do que desejado pelas organizações, que perdem talentos que poderiam ter sido retidos com estratégias eficazes de engajamento e incentivo.
Empresas que investem em um ambiente de trabalho seguro e transparente podem minimizar o impacto negativo que o medo da demissão causa em seus colaboradores. Ofertar treinamento e desenvolvimento é uma das maneiras de engajar o trabalhador, preparando-o tanto para crescimento interno quanto para enfrentar desafios no mercado externo. Aproximadamente 80% dos profissionais acreditam que acesso a melhores oportunidades de treinamento aumentaria sua satisfação, segundo um estudo conduzido por Intoo e Workplace Intelligence.
Além disso, criar uma cultura de segurança psicológica, onde os funcionários se sintam seguros para expressar suas ideias e preocupações, é essencial. A comunicação aberta sobre o estado da empresa e as perspectivas de carreira pode fortalecer a confiança dos colaboradores na organização.
Para mitigar o impacto do FOGLO e proteger sua saúde mental e carreira, os profissionais devem se manter proativos em seu próprio desenvolvimento. Atualizar suas habilidades regularmente e explorar novas competências pode aumentar sua empregabilidade. Participar de redes de networking e manter currículos e perfis online atualizados são responsabilidades importantes.
Buscar aconselhamento de especialistas em carreira ou psicólogos pode ajudar a esclarecer se as preocupações com a demissão são fundamentadas ou exageradas. Envolver-se em processos seletivos pode, além de tudo, trazer novas oportunidades e ampliar os horizontes profissionais.
A realidade do mercado de trabalho está em constante mudança, e tanto profissionais quanto organizações precisam se adaptar para prosperar. Enquanto os trabalhadores buscam maneiras de se tornar mais atraentes para o mercado, as empresas devem se concentrar em criar ambientes que façam seus colaboradores se sentirem valorizados e seguros. Manter o equilíbrio entre essas duas perspectivas será crucial para enfrentar os desafios futuros do mercado de trabalho.
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