A transição para veículos elétricos (EVs) não tem sido fácil para todos no setor automotivo. A Stellantis, conglomerado que abarca marcas renomadas como Jeep, Fiat, Citröen e RAM, recentemente fez movimentações que repercutiram fortemente entre seus funcionários, especialmente nos Estados Unidos. Na última sexta-feira, um anúncio de demissão pegou muitos de surpresa.

Stellantis anuncia demissão de 400 trabalhadores

Um total de 400 engenheiros de software e trabalhadores de tecnologia foram demitidos, uma decisão correlacionada, conforme reportagem do Electrek, às vendas aquém do esperado do Fiat 500e, um modelo elétrico que espelha os desafios da transição energética no setor. O método de demissão, via um "dia de trabalho remoto obrigatório" seguido de um encontro por vídeo, intensificou as discussões sobre as práticas corporativas na era digital.

Os profissionais afetados nos Estados Unidos foram informados de que receberão pacotes de separação e assistência para transição, conforme aponta a Stellantis ao The Wall Street Journal. Essa medida, embora seja um paliativo, coloca em evidência a necessidade de resiliência e adaptação dos trabalhadores diante das transformações industriais. A causa apontada para as demissões, a transferência de empregos para "países de baixo custo" como Índia, México e Brasil, suscita um debate amplo sobre globalização e estratégias empresariais.

Enquanto isso, a Stellantis não ignora os desafios de mercado. Na Itália, a empresa negocia acordo com sindicatos para a demissão cuidadosa de cerca de 1,5 mil trabalhadores, buscando minimizar o impacto. A situação ilustra não apenas os desafios locais, mas também as complexidades globais da transição para veículos elétricos.

Apesar das adversidades, a Stellantis mantém o foco na inovação e na eletrificação de sua frota. Ainda em janeiro, a empresa enfrentou o desafio de realizar a demissão temporária de mais de 2,2 mil trabalhadores na planta de Mirafiori, focados no Fiat 500e.