A realidade do mercado de trabalho vem se transformando drasticamente desde a década de 1980, incorporando avanços tecnológicos e majorando a demanda por serviços a qualquer hora do dia. Essa evolução levou à proliferação de jornadas de trabalho bastante irregulares, afetando especialmente as categorias mais vulneráveis socialmente. Um estudo recente realizado pela Universidade de Nova York oferece insights valiosos sobre como esses horários atípicos podem afetar adversamente a saúde e o sono dos indivíduos.
Os achados da pesquisa, baseados em dados que acompanharam mais de 7 mil americanos ao longo de três décadas, trazem à tona uma realidade preocupante: a maioria desses trabalhadores não seguia um horário convencional e, ao atingir a meia-idade, relataram uma diminuição na qualidade do sono além de maiores índices de problemas de saúde mental e física, incluindo depressão.
Segundo o estudo, somente um quarto dos participantes manteve-se em empregos com horários convencionais ao longo dos anos. Os demais enfrentaram rotinas marcadas por turnos variados e horas imprevisíveis. Isso, ao longo do tempo, mostrou-se prejudicial ao sono e à saúde em geral, sugerindo que não apenas a carga de trabalho, mas principalmente a sua irregularidade tem um forte impacto no bem-estar.
O levantamento utilizou dados extraídos do National Longitudinal Survey of Youth-1979, observando a vida laboral e a saúde dos participantes desde a juventude até quase os 50 anos. A neurologista Letícia Soster, que analisou os dados, enfatiza que, embora não se possa estabelecer uma causa única, é evidente que a combinação de fatores como esquema de trabalho e condições socioeconômicas tem um papel determinante nos resultados de saúde observados.
Para Letícia Soster, é crucial entender essas dinâmicas para desenvolver políticas públicas que protejam a saúde dos trabalhadores e garantam condições mais saudáveis de trabalho, independentemente do horário. A pesquisa ilumina as complexidades de como o ambiente de trabalho moderno pode moldar a qualidade de vida dos indivíduos, marcando a necessidade de uma reflexão profunda sobre nossas estruturas laborais.
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