A taxa de desemprego no Brasil fechou 2023 em 7,4%, o menor desde 2014 para esse período. Contudo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou hoje que os números do primeiro mês deste ano permaneceram estáveis em 7,6%, em comparação com o trimestre anterior, marcando uma interrupção na tendência de queda.
Especialistas atribuem essa estabilidade a fatores estruturais, desde mudanças demográficas, com uma parcela da população que havia deixado de buscar emprego retomando agora essa busca, até a desaceleração econômica no país.
Além disso, parte do desaquecimento na criação de empregos também está relacionada aos efeitos tardios das políticas monetárias do Banco Central do Brasil (BC). Embora o país tenha iniciado um ciclo de redução das taxas de juros, os efeitos desse movimento costumam levar tempo para se manifestar.
O mercado de trabalho brasileiro, apesar de uma recuperação vigorosa após os impactos da pandemia, perdeu ritmo ao longo de 2023. Dados do Ministério do Trabalho indicam que a economia gerou 1,48 milhão de empregos formais no ano passado, uma queda de 26,3% em relação ao ano anterior.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua Trimestral também revela que a taxa média de desemprego foi de 7,8% em 2023, comparada a 9,3% em 2022. Embora a maioria das unidades federativas tenha experimentado uma redução na taxa de desemprego em comparação ao ano anterior, apenas duas registraram uma queda significativa no último trimestre de 2023.
Os dados trimestrais do IBGE também mostram uma desaceleração nos rendimentos médios mensais dos trabalhadores, especialmente a partir do segundo semestre de 2023. Daniel Duque, pesquisador da área de economia aplicada da Fundação Getulio Vargas, observa que essa desaceleração está em linha com o cenário macroeconômico do país.
A normalização da economia e uma estrutura demográfica que cresce mais lentamente do que o esperado contribuem para essa desaceleração. A taxa de participação na força de trabalho aumentou ligeiramente em 2023 em comparação ao ano anterior, mas ainda está abaixo dos níveis pré-pandêmicos.
Em resumo, embora o mercado de trabalho brasileiro continue a gerar empregos, o ritmo de crescimento diminuiu, refletindo uma normalização da economia e mudanças demográficas significativas.
Imagem: Reprodução/Freepik
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