Cerca de 90 mil alunos de escolas de ensino integral da rede estadual de São Paulo solicitaram transferência para turmas de jornada parcial entre 2022 e o primeiro semestre deste ano, conforme relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE). A necessidade de trabalhar é um dos principais motivos para a mudança, indicando uma possível discordância com o formato ampliado de estudos.
Os dados revelam que, atualmente, mais de 965 mil alunos estão matriculados em turmas integrais, uma proposta defendida por especialistas em educação para fortalecer o ensino no Brasil, proporcionando maior tempo de aprendizagem.
Claudia Costin, presidente do Instituto Singularidades e ex-diretora global de Educação do Banco Mundial, destaca que a ampliação da carga horária é benéfica, citando estados como Pernambuco, Paraíba e Espírito Santo, que apresentam menor evasão no Ensino Médio.
Entretanto, Claudia ressalta que o número de transferências, representando menos de 10% dos alunos matriculados no modelo integral, não necessariamente indica um problema no formato. Ela sugere que a mudança pode ser mais relacionada à adaptação a uma escola que antes era inadequada, mas era a conhecida, agora ocupando parte significativa do dia do aluno.
Outro fator mencionado é a inserção dos adolescentes no mercado de trabalho, influenciando na decisão de mudar de escola.
A pasta da Secretaria da Educação, por sua vez, destaca que as transferências entre escolas são motivadas por diversos fatores, e as redes trabalham para reduzir sua incidência, garantindo oferta de vagas em diferentes horários. A expansão do ensino integral está entre as metas do Plano Nacional de Educação, visando oferecer educação integral em pelo menos 50% das escolas públicas até 2024.
A expansão do ensino integral em São Paulo ganhou impulso nos últimos anos, passando de 364 para 2.312 unidades entre 2018 e 2023.
Ao assumir a Secretaria da Educação, o secretário Renato Feder priorizou a qualidade das unidades existentes em vez da expansão. Atualmente, a secretaria está conduzindo estudos para qualificar a expansão das escolas integrais, buscando um crescimento sustentável e infraestrutura adequada ao ensino.
Imagem: Reprodução/Freepik
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