Você sabia? Essa professora recebeu 24 anos de salário tendo faltado em 20
A professora Cinzia Paolina De Lio ganhou notoriedade na Itália, embora não por razões positivas. Seu nome se tornou amplamente conhecido após a descoberta de que ela havia faltado a 20 dos 24 anos de sua carreira. Segundo o portal El Economista, essa mulher de 56 anos ocupava um cargo público como professora de literatura e filosofia no ensino médio.
As “irregularidades” relacionadas à sua conduta profissional lhe renderam o apelido de “professora fantasma” na mídia. A Suprema Corte de Cassazione, o mais alto tribunal de apelação na Itália, a demitiu do cargo devido à “incapacidade didática permanente e absoluta inaptidão” e por sua tentativa de evitar a demissão baseada na alegação de “liberdade de ensino”.
A demissão ocorreu após um extenso processo legal. Conforme informações reveladas pela mídia local, durante um período de dez anos, a professora, que atuava no ensino médio em escolas de Veneza, esteve completamente ausente da sala de aula. Nos outros 14 anos, ela obteve várias licenças alegando problemas de saúde, pessoais ou familiares.
Ausência e descaso
Ela trabalhou efetivamente por apenas quatro anos. Além disso, durante os quatro meses em que lecionou numa escola em Chioggia, no ano de 2015, alunos reclamaram da sua falta de dedicação e preparação. Ela foi demitida em 2017, mas conseguiu ser reintegrada por meio de um recurso e continuou envolvida em uma batalha judicial que foi concluída nesta semana.
Durante as duas décadas de ausência, a professora continuou recebendo seu salário regularmente. Em uma entrevista ao jornal italiano Repubblica, uma ex-aluna de 22 anos, identificada como Francisca B., compartilhou sua experiência, descrevendo como a professora comparecia ocasionalmente e, em seguida, ficava “longos períodos” sem aparecer na escola.
Francisca B. também fez críticas severas à atuação de Cinzia como professora, ressaltando que ela nunca seguia o currículo educacional, não explicava os conteúdos e sequer utilizava um livro didático. “Ela passou as horas de aula falando que os tribunais a perseguiam, mas ela insistiu que continuaria com sua verdade”, disse a aluna.
Professora ocupada
Apesar de afirmar possuir documentos que comprovam sua inocência, Cinzia optou por não apresentá-los quando contatada pelo Repubblica, alegando estar ocupada na praia. “Desculpe, mas agora estou na praia. Vou reconstruir a verdade dos fatos dessa história absolutamente única e surreal. Não respondo a perguntas de jornalistas que não fariam justiça à verdade da minha história”, declarou.
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