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Vereador de SP perde o mandato por ofender judeus em áudio vazado

A Justiça de São Paulo emitiu uma decisão condenatória envolvendo o vereador Adilson Amadeu, filiado ao partido União Brasil, que representa a capital paulista. Ele foi sentenciado à perda do mandato devido a um caso de discriminação contra a comunidade judaica.

Além disso, o legislador deverá cumprir dois anos e seis meses de serviços comunitários e pagar uma multa equivalente a dez salários mínimos. É importante destacar que a decisão ainda pode ser objeto de recurso.

Condenação do vereador Adilson Amadeu por discurso antissemita em São Paulo

A acusação contra Amadeu teve início em julho de 2020, quando um áudio enviado pelo vereador através do WhatsApp, em abril do mesmo ano, veio à tona. Na gravação, Amadeu fez associações negativas em relação ao judaísmo, referindo-se a ele como “sem-vergonhice grande.”

A sentença, proferida no último sábado pela juíza Renata William Rached Catelli, da 21ª Vara Criminal da Barra Funda, reconheceu que Adilson Amadeu praticou discriminação étnica e que suas palavras ultrapassaram os limites da liberdade de expressão garantida pela Constituição.

Ela argumentou que o discurso do vereador contribuiu para perpetuar e reforçar estereótipos negativos em relação ao judaísmo.

A defesa do vereador alegou que Amadeu tinha amizade com membros da comunidade judaica e que o áudio em questão foi compartilhado com amigos de infância, sendo direcionado à administração pública durante a pandemia e não aos judeus.

No entanto, a juíza rejeitou essa explicação e destacou que as palavras do vereador insinuavam preconceitos contra a comunidade judaica, alimentando concepções infundadas de manipulação financeira global por parte dos judeus.

Ela ressaltou que Amadeu tinha o direito de discordar da gestão financeira do hospital Albert Einstein durante a pandemia, mas suas palavras não refletiram essa intenção.

Quanto à alegação de amizade com judeus, a juíza considerou que isso agravava a situação, sugerindo um comportamento racista por parte do vereador, já que ele aparentemente “aceitava” seus amigos judeus apesar de sua etnia.

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Imagem: Reprodução/O Globo