Saneamento básico de São Paulo é o melhor do Brasil
Um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado na última sexta-feira (16), revelou que São Paulo obteve o melhor desempenho em saneamento básico em 2022. Macapá (AP), Porto Velho (RO) e Santarém (PA) lideram o ranking de pior desempenho.
No Brasil, mais de 35 milhões de cidadãos não possuem acesso à água tratada e cerca de 100 milhões não contam com serviços de coleta de esgoto.
O estudo analisou dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) de 2020 e examinou os indicadores de saneamento das 100 maiores cidades do país, que abrigam aproximadamente 40% da população brasileira. Saiba mais!
A realidade do Brasil
Atualmente, apenas metade do esgoto no país passa por tratamento adequado, resultando em mais de 5,3 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento sendo despejadas na natureza diariamente.
Em 2022, um ranking promovido pela Exame selecionou as maiores empresas de saneamento público do Brasil, que são: Ambipar, Aegea e Iguatemi — todas de São Paulo.
No contexto regional, o Norte apresenta o menor índice de atendimento total de esgoto, alcançando apenas 13,1%.
Por outro lado, a Região Sudeste lidera o índice com 80,5%, seguida pelo Centro-Oeste (59,5%), Sul (47,4%) e Nordeste (30,3%). Esses dados referem-se ao ano de 2022.
Segundo Fernando Silva, um dos fundadores da PWTech, startup renomada na área de acesso à água potável, a desigualdade econômica entre os estados e a ausência de estratégias e políticas públicas são obstáculos para que a população tenha acesso aos recursos básicos essenciais para uma boa qualidade de vida.
Reformas em 2020
As reformas no setor de saneamento em 2020 trouxeram mudanças significativas ao permitir maior participação do setor privado por meio de concessões. Essas reformas visam transformar profundamente o setor.
Prevê-se que as empresas privadas doarão cerca de R$ 750 bilhões para o setor, visando alcançar uma cobertura universal adequada até 2033.
Entretanto, apesar dessas mudanças, as empresas estatais ainda dominam, com as empresas privadas detendo aproximadamente 10% do mercado.
Hoje, no Brasil, para que a universalização do acesso à água potável e do saneamento básico seja realizada de maneira efetiva, é necessário que o Estado invista anualmente R$ 200 por habitante, mas sabemos que a situação está longe de ser concretizada. Em regiões afastadas, que sofrem com a falta de infraestrutura e políticas públicas bem definidas, o investimento não chega a R$ 50.
Fernando Silva
Imagem: Rajesh Balouria/Pixabay