Possível ampliação da proibição de celulares em Guarulhos gera discussão
A proibição do uso de celulares no lado AR (área restrita) do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, desencadeou uma série de protestos por parte dos trabalhadores de solo na semana passada.
Esse movimento gerou atrasos e cancelamentos, mas foi considerado ilegal, indo de encontro à portaria ALF/GRU nº 57 da Receita Federal, cujo objetivo é reforçar a segurança do aeroporto. A notícia agora é que essa restrição poderá ser estendida para outros aeroportos no Brasil. Saiba mais!
Ampliação da restrição de uso de celulares em aeroportos brasileiros
Depois de uma reunião com várias autoridades, a Receita Federal anunciou na semana passada a intenção de expandir a proibição do uso de celulares na área restrita de outros aeroportos do país. Isso visa fortalecer a segurança contra o terrorismo e combater o tráfico de drogas.
Quadrilhas de tráfico internacional têm recrutado trabalhadores com acesso às bagagens dos passageiros para alterar etiquetas e malas. Usando celulares e mensagens, eles compartilham informações com outros membros da quadrilha, como revelou uma investigação da Polícia Federal.
No dia seguinte às manifestações de 3 de outubro, o Ministério Público Federal convocou representantes de companhias aéreas, empresas de serviços em solo, administração do aeroporto de Guarulhos, sindicatos de trabalhadores e diversas autoridades públicas para uma reunião de emergência.
Ficou claro que medidas de restrição em áreas sensíveis são necessárias e que as manifestações foram consideradas ilegais. A portaria recente da Receita estabelece que os colaboradores que circulam em áreas sensíveis de GRU Airport não podem usar dispositivos que capturem imagens. Portanto, o uso de celulares sem autorização nessas áreas está proibido.
Para garantir a comunicação dos colaboradores, as empresas que prestam serviços no aeroporto criaram um canal de emergência em agosto. Além disso, disponibilizaram locais para armazenar celulares pessoais dos colaboradores, quando necessário.
As empresas também adquiriram centenas de celulares e tablets, juntamente com os softwares correspondentes, para atender às necessidades das operações aéreas e às regulamentações da Receita Federal.
Ricardo Aparecido Miguel, presidente da Abesata (Associação Brasileira das Empresas de Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo), comentou sobre o movimento de paralisação dos trabalhadores: “Foi considerado irregular”.
“Além de desafiarem a autoridade pública, prejudicaram passageiros de todo o Brasil, uma vez que os voos cancelados em Guarulhos causam atrasos em outras linhas aéreas. Esses grevistas precisam lembrar que escolheram trabalhar em uma atividade essencial e isso não pode ser levado na brincadeira”, ele argumentou.
Ele acrescentou que aqueles que dependem muito de seus celulares e não desejam usar a central de emergência criada pelas empresas de ground handling devem buscar outras oportunidades fora dos aeroportos.
Imagem: Reprodução/Muita Viagem