Grumpy staying: Conheça nova onda de insatisfação em ambientes de trabalho
Após o fenômeno conhecido como “quiet quitting”, em que funcionários se recusam a assumir responsabilidades além das estipuladas em seus contratos de trabalho, o mercado de trabalho nos Estados Unidos enfrenta uma nova tendência de insatisfação: o chamado “grumpy staying”.
Essa expressão, traduzida para o português como “ficando mal-humorado”, descreve o movimento de funcionários que decidem continuar em seus empregos, porém não escondem suas queixas e descontentamentos, que vão desde a estrutura de trabalho até a remuneração considerada pouco atrativa.
O mercado de trabalho
Com o mercado de trabalho desacelerando, as opções de pedir demissão ou buscar um novo emprego nos Estados Unidos estão menos acessíveis do que em anos anteriores. A inflação em alta no país resulta em salários menos competitivos e a possibilidade de uma recessão aumenta os temores de demissões em larga escala.
Consequentemente, de acordo com informações do site “Business Insider”, alguns funcionários não têm outra escolha a não ser permanecer em seus empregos, mesmo expressando suas insatisfações. Esse fenômeno conhecido como “grumpy staying” pode ser considerado uma continuação do “quiet quitting”.
Em uma análise recente realizada por Nela Richardson, economista-chefe da ADP, foi constatado que o número de pessoas que optaram por desistir de seus empregos diminuiu significativamente em 2023. Além disso, o relatório “Job Openings and Labor Turnover Summary” revelou que no mês de abril, a taxa de desistências continuou a diminuir gradualmente, alcançando um valor ligeiramente inferior a 2,4%.
Sentimento de insatisfação
Apesar de terem características distintas, tanto o “quiet quitting” quanto o “grumpy staying” surgem como reações ao fim do período conhecido como “grande renúncia” nos Estados Unidos. Durante os primeiros cinco meses de 2020, aproximadamente 20 milhões de americanos optaram por pedir demissão, diante da pandemia de covid-19 e das novas oportunidades de trabalho remoto.
É importante destacar que, mesmo com a redução, o “quiet quitting” ainda persiste nas empresas americanas, conforme apontado pela análise do ADP Research Institute. Segundo o relatório “State of the Global Workplace 2023” da Gallup, que abrangeu uma pesquisa com 122.416 trabalhadores em todo o mundo, constatou-se que 59% dos funcionários aderiram ao “quiet quitting” em 2023.
Imagem: Reprodução/Getty Images