Diferença salarial entre homens e mulheres segue aumentando
O cenário do mercado formal de trabalho no Brasil está enfrentando uma intensificação da desigualdade, evidenciada pelo contínuo crescimento da diferença salarial entre homens e mulheres, que atingiu a marca de 10% em novembro de 2023, marcando o quarto mês consecutivo de aumento.
Desigualdade de Gênero no Mercado de Trabalho: Diferença Salarial tem Crescimento Persistente
A economista Janaína Feijó, pesquisadora da área de Economia Aplicada do FGV Ibre, destaca que a baixa presença de mulheres em cargos de destaque, como gerência e diretoria, assim como em setores de grande demanda, como ciência e tecnologia, pode ser um fator explicativo para essa disparidade persistente no mercado formal.
Além disso, ela ressalta que essa desigualdade é ainda mais pronunciada no mercado informal, onde estima-se que a diferença média de ganhos entre os gêneros seja de 27%.
Além do aumento na desigualdade salarial, Janaína aponta para outra preocupação: o saldo de empregos para homens cresceu significativamente, registrando um aumento de 118,3% entre novembro de 2022 e novembro de 2023, enquanto o das mulheres sofreu uma queda de 14,8% no mesmo período.
A pesquisadora destaca que, na composição de admitidos e desligados, os homens representam cerca de 60%, enquanto as mulheres compõem apenas 40%, o que revela uma distorção considerável em relação à proporção demográfica, já que as mulheres representam a maioria da população, com 51,5%, de acordo com o Censo 2022.
Essa disparidade entre a composição demográfica e a representação no mercado de trabalho é uma questão preocupante que precisa ser abordada para promover uma maior equidade de gênero no ambiente profissional.
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