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Cidade de São Paulo é considerada uma das mais caras para se viver no planeta

As cidades brasileiras subiram no ranking do relatório anual “Cost of Living 2023” da Mercer, e a capital paulista lidera como a cidade mais cara, subindo 16 posições em relação a 2022, seguida pelo Rio de Janeiro (que subiu 5 posições) e Brasília (que subiu 12 posições).

O estudo abrange habitação, transporte, alimentação, vestuário, utensílios domésticos e entretenimento em 227 cidades nos cinco continentes. Os dados coletados fornecem informações importantes para que os empregadores possam elaborar pacotes de remuneração eficientes e transparentes para funcionários internacionais.

As cidades brasileiras subiram no ranking em comparação ao ano passado, com São Paulo liderando a lista nacional após subir 16 posições no ranking, ocupando a 152ª posição. Em seguida, temos o Rio de Janeiro (171º), Brasília (188º), Manaus (196º) e Belo Horizonte (199º). O valor do aluguel, um dos principais índices, subiu pelo sexto ano consecutivo no país.

Por que a mudança no ranking?

Mais de um ano após a crise entre Rússia e Ucrânia, bem como o surgimento das variantes mais contagiosas da COVID-19, muitas economias ainda estão enfrentando as consequências causadas por esses eventos. Além disso, com a implementação recente de políticas monetárias agressivas e as condições financeiras globais mais restritas, é provável que muitas economias tenham um crescimento de renda mais lento este ano.

Outro fato que também tem implicado nos resultados da pesquisa, é a crescente adoção do trabalho remoto, que tem levado muitos profissionais a reavaliar suas prioridades e a ponderar sobre o equilíbrio entre suas carreiras e suas vidas pessoais, o que os leva a refletir sobre os locais em que optaram por residir.

A recente pandemia da covid-19 e as tensões políticas em todo o mundo aceleraram o uso generalizado do trabalho remoto, o que, por sua vez, levou os empregadores multinacionais a reavaliar a maneira como gerenciam sua força de trabalho. A concorrência no mercado global de talentos é acirrada e, com a crise do custo de vida afetando funcionários e organizações, os empregadores precisam ser flexíveis. A estrutura de suas estratégias de remuneração para trabalhadores remotos e expatriados internacionais não deve apenas ser clara, mas também apoiada por dados confiáveis.

Yvonne Traber, sócia e chefe global de mobilidade da Mercer.

Neste ano, apenas duas das dez cidades mais caras para viver em termos de custo de vida internacional estão localizadas na Ásia, em comparação com quatro no ano anterior. No entanto, essas cidades ainda ocupam as primeiras posições do ranking, com Hong Kong em primeiro lugar, seguida por Cingapura (2). Por outro lado, as duas cidades mais baratas do mundo também estão localizadas na Ásia: Karachi (226) e Islamabad (227).

Visão global

A cidade de Nova York, ocupando a sexta posição no ranking global, mantém seu status como a cidade mais cara da América do Norte, seguida por Los Angeles (11) e São Francisco (14). Todas as cidades dos Estados Unidos listadas no ranking tiveram um aumento de posição em relação ao ano passado, com as maiores mudanças observadas em Detroit (+27 posições), Houston e Cleveland (ambas +24 posições).

Recentemente, foram registradas quedas nos preços do aluguel residencial nos Estados Unidos. Essas variações podem ser atribuídas a diferentes fatores, como a incerteza econômica, que resulta em uma menor demanda, demissões em massa na indústria de tecnologia (especialmente em San Francisco) e a implementação de regulamentações mais rigorosas para aluguéis de curto prazo (em Nova York).

Inaê Machado Líder de Mobilidade para o Brasil e Co-Líder do Centro de Interesse para Latam, afirma que “é importante lembrar que a inflação e o câmbio impactam diretamente na comparação do custo de vida entre as cidades” e também que “o cenário regional reflete um aumento da inflação, o que cria maior pressão para determinar adequadamente a remuneração dos trabalhadores internacionais que trabalham em diferentes localizações geográficas“.

Imagem: Marcos Photographer / Pixabay