Brasileiros estão insatisfeitos com seus empregos? Saiba o que diz pesquisa
A insatisfação com o emprego é uma realidade para 90% dos brasileiros, de acordo com uma pesquisa exclusiva obtida pelo Valor. As principais razões para essa insatisfação incluem a falta de oportunidades de crescimento (30,03%), liderança tóxica (24,46%), salários baixos (24,15%) e clima organizacional ruim (21,36%).
Ana Paula Prado, CEO do InfoJobs e porta-voz do Pandapé, responsável pelo estudo, não se surpreende com o alto índice de insatisfação, atribuindo-o às sequelas do período pandêmico. Ela destaca a complexidade do mercado de trabalho ao equilibrar as necessidades da empresa com as aspirações dos colaboradores, que buscam cada vez mais alinhar suas escolhas profissionais com seus valores.
Brasileiros Insatisfeitos com Emprego: Insights da Insatisfação e Estratégias de Melhoria
Outro levantamento, o FEEx – FIA Employee Experience, realizado em 2023 pela escola de negócios FIA, aponta a falta de oportunidades de crescimento profissional como a principal razão para deixar o emprego no curto prazo (18%). Mudanças na vida pessoal (15%) e a ausência de uma política salarial e benefícios atrativos (12%) também são mencionadas.
Nesse cenário, em que a falta de oportunidades de crescimento é apontada como o principal motivo para pedir demissão, uma lacuna percebida pelos funcionários entre suas ambições de carreira e as perspectivas oferecidas pela empresa.
Como reação, Ana Paula Prado enfatiza a importância das organizações adotarem práticas transparentes de gestão de carreira, fornecendo feedback regular e promovendo programas de capacitação.
Lina Nakata, estudiosa da pesquisa FEEx, destaca que aspectos como oportunidades de crescimento e remuneração estão ao alcance do RH, enquanto motivos pessoais são mais desafiadores de gerenciar. A transparência nas ações relacionadas às pessoas é crucial para criar um ambiente de trabalho agradável e equitativo.
Nesse sentido, a liderança tóxica é destacada como a segunda principal razão para deixar o emprego. Essa liderança, caracterizada por comunicação inadequada, abuso de poder e falta de empatia, tornou-se menos tolerável após a pandemia.
Como estratégia de enfrentamento desse problema, Diana Gabanyi, CEO da The School of Life Brasil, destaca a importância do RH criar mecanismos para denúncias anônimas e investir em treinamento para desenvolver habilidades de liderança positivas.
Tanto Prado quanto Gabanyi observam uma crescente conscientização das empresas sobre a importância de ambientes saudáveis para atrair e reter talentos.
Assim, o investimento em programas de treinamento para desenvolver habilidades positivas é uma tendência pós-pandêmica, com empresas adotando medidas para contribuir com a saúde e bem-estar dos funcionários, como horários flexíveis e planos de desenvolvimento.
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