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Brasil está pronto para redução da jornada de trabalho? Pesquisa revela

Nos últimos anos, a saúde mental dos trabalhadores brasileiros tem sido uma preocupação crescente. Em 2024, o número de afastamentos por problemas psicológicos atingiu 470 mil, o maior em uma década. Esse aumento reflete a pressão e o estresse associados à escala de trabalho 6×1, onde os funcionários trabalham seis dias consecutivos e descansam apenas um.

Essa configuração de jornada é comum em setores como comércio e telemarketing, onde a rotatividade e a insatisfação são elevadas. Estudos indicam que a sobrecarga de trabalho e a falta de tempo para descanso adequado contribuem significativamente para o desgaste mental dos trabalhadores.

Benefícios da redução da jornada de trabalho

Uma alternativa proposta para mitigar esses problemas é a redução da jornada de trabalho para 36 horas semanais, com um esquema de quatro dias de trabalho seguidos por três de descanso. Essa mudança, defendida por pesquisadores da Unicamp e do Cesit, promete melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores e promover um equilíbrio melhor entre vida profissional e pessoal.

A redução da jornada sem diminuição salarial é vista como um passo importante para combater a exploração laboral. Além disso, essa medida pode ajudar a diminuir a desigualdade de gênero, já que muitas mulheres enfrentam jornadas duplas, combinando trabalho remunerado e responsabilidades domésticas.

Setores como transporte, comércio, telemarketing, alojamento e alimentação são os mais afetados pela sobrecarga de trabalho. No telemarketing, por exemplo, a maioria dos trabalhadores são mulheres que lidam com metas agressivas e alta rotatividade. A implementação de uma jornada reduzida poderia aliviar essas pressões e melhorar as condições de trabalho.

Além disso, a redução da jornada pode criar novas oportunidades de emprego e ajudar a combater o desemprego e a informalidade, conforme apontam especialistas. A proposta de emenda constitucional para a jornada de 36 horas, apresentada em 2025, busca estabelecer um limite de 8 horas diárias e 36 semanais, com uma implementação gradual.

A adoção de uma jornada de trabalho reduzida é apoiada por experiências internacionais que demonstram benefícios para a saúde ocupacional e a produtividade. Empresas que adotaram essa prática relataram melhorias no bem-estar dos funcionários sem perda de eficiência.

O estudo conduzido por especialistas da Unicamp e do Cesit conclui que a redução da jornada de trabalho é não apenas viável, mas essencial para o avanço das condições laborais no Brasil. Clara Saliba, coordenadora do projeto, ressalta a importância de o país acompanhar as tendências globais nesse debate.