Apartamentos em SP estão “encolhendo”? Entenda
A redução da metragem dos apartamentos tem impactado negativamente a qualidade de vida em São Paulo, exigindo uma revisão das políticas públicas. Esse foi um dos principais tópicos abordados no seminário Lide Real Estate, promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide) em parceria com o Grupo Estado, na última quarta-feira, 13.
O diretor-presidente do Grupo Estado, Francisco Mesquita, destaca a necessidade de discutir como o mercado imobiliário pode contribuir para a qualidade de vida nas grandes cidades. No evento, ele também elogiou a parceria com o Lide. Saiba mais!
Desafios do mercado imobiliário em São Paulo e a busca por soluções sustentáveis
Nos últimos anos, o mercado imobiliário passou por uma evolução, resultando em unidades habitacionais cada vez menores devido à redução de espaços e ao encarecimento dos terrenos. Em 2016, apartamentos com até 45 metros quadrados representavam 30% do estoque de imóveis residenciais novos em São Paulo.
Atualmente, essa categoria domina o mercado, representando 68% do estoque total, com 20% das unidades com menos de 30 metros quadrados.
A diminuição da metragem, aliada à localização em bairros mais afastados, é atribuída ao aumento dos custos de construção, especialmente dos terrenos. O ex-secretário estadual de habitação, Lair Krahenbuhl, destaca o excesso de exigências e restrições para o aproveitamento dos terrenos como um dos principais entraves do setor.
Krahenbuhl enfatiza que a falta de moradia acessível é um problema mais grave para as pessoas de baixa renda, o que contribui para o déficit habitacional. Ele alerta que habitações inadequadas afetam a saúde dos moradores e prejudicam o desempenho escolar, sendo um fator de evasão escolar.
Luiz Augusto Pereira de Almeida, sócio da Sobloco Construtora, destaca a necessidade de investimentos públicos na expansão das redes de transporte, afirmando que a infraestrutura deve acompanhar o adensamento. Márcia Ferrari, presidente do grupo Infra Women Brazil, ressalta a importância de uma política integrada, combinando transporte com áreas a serem adensadas.
No contexto de investimentos em transporte, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, apresentou o novo edital do Trem Intercidades, que ligará a capital a Campinas. Previsto para 29 de fevereiro de 2024, com investimento de R$ 13,5 bilhões, o trem tem o potencial de aliviar o tráfego nas rodovias e impulsionar a economia em regiões fora de São Paulo.
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