Como bilionários mais ganham dinheiro? Confira
No último ano, os bilionários registraram um aumento na acumulação de riqueza por meio de herança, ultrapassando pela primeira vez os ganhos provenientes do empreendedorismo, de acordo com o UBS, que monitora as fortunas globais há quase uma década.
O relatório do banco suíço, divulgado nesta quinta-feira (30), revela que os herdeiros bilionários estão demonstrando maior interesse nas principais oportunidades e desafios da economia global, investindo em setores como energia limpa e inteligência artificial, em comparação com seus pais.
Herança Supera Empreendedorismo e Define Novo Paradigma Financeiro de Bilionários
Benjamin Cavalli, responsável por clientes estratégicos na unidade de gestão de riqueza global do UBS, observa que a transferência de riqueza está ganhando impulso à medida que muitos empresários bilionários envelhecem. Ele prevê um aumento nesse fenômeno nos próximos 20 anos, à medida que mais de 1.000 bilionários transferirão cerca de US$ 5,2 trilhões para seus filhos.
O relatório destaca que, nos últimos 12 meses até abril, 53 herdeiros receberam uma herança de US$ 150,8 bilhões, superando os US$ 140,7 bilhões acumulados por 84 novos bilionários independentes no mesmo período. O número total de bilionários cresceu 7%, chegando a 2.544, com uma riqueza combinada de US$ 12 trilhões, um aumento de 9% em relação ao ano anterior.
A Europa lidera o crescimento da fortuna dos bilionários, impulsionada por um “esbanjamento de compras pós-pandemia” que elevou os lucros e os preços das ações das principais empresas de produtos de luxo sediadas na França. O presidente da LVMH, Bernard Arnault, e seus filhos, que ocupam o terceiro lugar entre os mais ricos do mundo, são citados como exemplos desse fenômeno.
O relatório também destaca o estado moderado do mercado de IPOs em 2022 e no início de 2023, limitando as oportunidades para empreendedores listarem suas empresas. Além disso, menciona os “primeiros sinais de melhoria da sorte” para bilionários do setor industrial, como Gautam Adani e Mukesh Ambani, devido a incentivos governamentais para a transição energética e gastos com defesa.
Embora a transferência de riqueza para as gerações mais jovens represente uma grande oportunidade para o UBS, Benjamin Cavalli destaca os riscos significativos associados a esse fenômeno.
Ele observa que a mudança de guardião pode impactar as doações beneficentes, já que menos de um terço das gerações herdeiras considera a filantropia como um dos principais objetivos, em comparação com dois terços dos bilionários da primeira geração. Os herdeiros demonstram preferência por investimentos de impacto em detrimento das doações tradicionais.
Imagem: rawpixel.com/Freepik