General Motors demite “centenas” de funcionários e fábricas seguem paradas
Duas grandes fábricas da General Motors (GM) em São Paulo estão paralisadas devido a uma greve por tempo indeterminado, iniciada na segunda-feira em resposta a demissões em massa realizadas pela montadora norte-americana. Os sindicatos de trabalhadores confirmaram a greve na terça-feira.
As fábricas afetadas incluem as unidades da GM em São Caetano do Sul, São José dos Campos e Mogi das Cruzes. A GM emitiu avisos de demissão durante o fim de semana passado, mas não divulgou o número exato de funcionários demitidos.
Situação das Fábricas da General Motors (GM) em São Paulo
Agamenon Alves, diretor-executivo do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, estima que mais de 200 funcionários tenham sido demitidos com base em telegramas recebidos por ex-empregados e na negação de credenciais de acesso à fábrica.
A fábrica da GM em São Caetano do Sul, que emprega cerca de 7.200 funcionários, com 4.000 na produção, estava produzindo entre 780 e 800 veículos por dia antes da paralisação. Os modelos produzidos incluem o utilitário Tracker, a perua Spin e a picape Nova Montana. Já em São José dos Campos, a produção de cerca de 300 veículos foi interrompida desde segunda-feira.
Além das fábricas mencionadas, a unidade de Mogi das Cruzes também foi afetada pela greve. Até o momento, no entanto, a GM não emitiu comentários sobre a situação.
Situação atual da indústria automobilística e justificativa para as demissões
Essas demissões ocorrem em um momento em que a indústria automobilística brasileira enfrenta desafios devido às crescentes importações de veículos, especialmente híbridos e elétricos de fabricantes asiáticos. Além disso, ocorrem logo após o término de um programa de incentivos do governo federal.
A GM justificou as demissões como uma necessidade de adequar sua força de trabalho às quedas nas vendas e exportações.
Esse cenário de revolta não se limita ao Brasil. Enquanto os trabalhadores protestam em São Paulo, metalúrgicos da GM nos Estados Unidos também realizam greves em busca de melhores salários e benefícios.
Contraditoriamente, apesar das tensões, a GM divulgou resultados financeiros melhores do que o esperado no terceiro trimestre, com lucro líquido de 3,06 bilhões de dólares e receita de 44,1 bilhões de dólares.
Imagem: Reprodução/Olhar Digital