Mudanças climáticas afetaram Campinas e cidade já está mais quente
As mudanças climáticas têm exercido um impacto inegável em Campinas, e os efeitos do aquecimento global estão se tornando cada vez mais evidentes nessa cidade.
De acordo com um recente estudo realizado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a metrópole com mais de um milhão de habitantes já está enfrentando um aumento significativo nas temperaturas.
Entre 1989 e o ano passado, as médias das temperaturas máximas locais aumentaram em cerca de 1,2 °C. Infelizmente, a menos que a emissão de gases de efeito estufa seja contida, esse aumento não parece ter um fim à vista.
Impacto das Mudanças Climáticas em Campinas: A Cidade em Aquecimento
O estudo examinou em detalhes os padrões de temperatura em Campinas ao longo das últimas décadas. Durante o período de 1989 a 2003, a média das temperaturas máximas ficou em torno de 28,05 °C. No entanto, nos anos subsequentes, de 2004 até o ano passado, essa média subiu para 28,65 °C.
Essas mudanças são ainda mais pronunciadas quando observamos as estações. Durante os meses de verão, a média cresceu em 1,3 °C, enquanto nos meses de inverno o aumento foi ainda maior, atingindo 1,8 °C.
O estudo também comparou as décadas para fornecer uma perspectiva mais clara das alterações. Nos anos 1990, a média das temperaturas máximas era de 27,9 °C, na década seguinte, esse número subiu para 28,3 ºC . Finalmente, na década de 2010, essa média alcançou 29,1 °C. Esses números mostram claramente uma tendência preocupante de aumento das temperaturas ao longo do tempo.
Guilherme Almussa Leite Torres, um dos autores da pesquisa, destaca a natureza global do sistema climático e como as ações tomadas em diferentes partes do mundo podem ter impactos locais significativos. Ele ressalta que as emissões em outras partes do mundo também afetam a cidade, mesmo que estejam ocorrendo a milhares de quilômetros de distância.
Além das altas temperaturas, Campinas também tem enfrentado outros desafios climáticos, como a redução na média das temperaturas mínimas, especialmente nos últimos anos devido à influência do fenômeno climático La Niña.
Consequências e remediações
Isso não apenas afeta a saúde das pessoas mais vulneráveis, como idosos e pessoas com condições respiratórias, mas também pode prejudicar a produção agrícola e a cadeia de suprimentos de certos produtos.
Como resposta a essas mudanças, o estudo enfatiza a importância de medidas de mitigação e adaptação, como o plantio de mais árvores para ajudar a amenizar os efeitos do aumento das temperaturas.
Com o registro crescente de dias consecutivos de calor extremo, a necessidade de ações eficazes e sustentáveis se torna cada vez mais urgente para proteger a qualidade de vida e o bem-estar dos habitantes de Campinas.
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