Um total de 24.931 empresas brasileiras estão envolvidas com exportações, representando apenas 0,88% do total de empresas ativas no país em 2020.
Essa conclusão foi extraída do estudo intitulado “Perfil das Empresas Exportadoras Brasileiras”, divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) na última segunda-feira (26).
O estudo revela a concentração das empresas que atuam na área de exportação. Apesar de serem em menor quantidade, essas empresas são responsáveis por 15% dos empregos formais no país, com um total de 5,2 milhões de trabalhadores. Saiba mais a seguir.
Obstáculos presentes
As conclusões do estudo “Perfil das Empresas Exportadoras Brasileiras” são alarmantes e revelam o perfil das empresas brasileiras, que enfrentam diversos obstáculos no mercado nacional e internacional.
O principal obstáculo é a discrepância regional. As empresas envolvidas em exportações permanecem concentradas nas regiões Sul e Sudeste do Brasil.
No ano de 2020, cerca de 42,8% das empresas brasileiras que realizavam vendas para o exterior estavam localizadas no estado de São Paulo.
Além das disparidades regionais, o tamanho da empresa desempenha um papel crucial na capacidade de vendas internacionais.
De acordo com o estudo, 84,5% das empresas que não exportam possuem até nove funcionários. Entre as empresas que realizam vendas para o exterior, 26,5% têm entre 50 e 249 funcionários.
Tatiana Prazeres, Secretária de Comércio Exterior do MDIC, afirma que as micro e pequenas empresas enfrentam dificuldades maiores para obter informações sobre os mercados externos e frequentemente encontram obstáculos burocráticos. Além disso, o setor de atuação também influencia a capacidade de exportação.
Em média, apenas 1% das empresas têm chances de realizar vendas internacionais nos primeiros dez anos de atividade. Essa probabilidade aumenta para 4% na indústria de transformação e para 7,9% na indústria extrativa.
A situação do mercado
Quanto ao destino das mercadorias, apesar da grande predominância das exportações brasileiras para China e Estados Unidos, o Mercosul e a América Latina continuam sendo os principais destinos.
Em 2020, conforme os dados mais recentes, 61% das empresas exportadoras brasileiras venderam seus produtos para países da América Latina.
O MDIC aponta que dois fatores contribuem para esse resultado: a proximidade geográfica entre os países e a existência de barreiras tarifárias relativamente baixas.
A secretária de Comércio Exterior enfatiza a importância da política externa em estabelecer acordos comerciais, dada a relevância dos maiores mercados consumidores.
Tatiana destaca que o estudo desempenha um papel importante no estímulo do governo para o aumento do número de empresas exportadoras, especialmente nas regiões do interior do país.
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