Área de tecnologia apresenta dificuldades para entrada de mulheres
Aproximadamente 9 em cada 10 mulheres enfrentam obstáculos ao buscar desenvolver uma carreira no campo da tecnologia, é o que mostra a pesquisa da InfoJobs. Feita com 879 mulheres entre 18 e 60 anos, a pesquisa mostra que 89,7% das mulheres acreditam que o gênero pode ser um fator determinante nas contratações em áreas com predominância masculina, como é o caso da tecnologia.
De acordo com Ana Paula Prado, CEO da InfoJobs, “78,4% das participantes acreditam que já perderam alguma oportunidade de emprego por ser mulher” e “61,9% dizem que já enfrentaram situações invasivas em processos seletivos, onde o foco não era apenas suas habilidades profissionais“.
Diante dessa realidade, as mulheres que desejam ingressar no campo da tecnologia estão investindo cada vez mais em cursos online. A Hashtag Treinamentos, uma plataforma educacional que já capacitou mais de 80 mil estudantes, é uma das que encara essa busca por aprimoramento com otimismo.
A tecnologia transformando vidas
Entre 2021 e 2022, houve um aumento de 25,36% nas matrículas de mulheres no curso de Python, passando de 1.246 para 1.562. Até o início de abril deste ano, 353 mulheres já deram um passo adiante em seus estudos ao participar de aulas online.
Sílvia Uesu e Natália Gabriele experimentaram uma transformação significativa em suas vidas através do aprendizado de Python, apesar das dificuldades enfrentadas por muitas mulheres na construção de uma carreira na área de tecnologia.
Sílvia, que possui formação em Publicidade e Propaganda, está em processo de transição de carreira. Ela tentou aprender a linguagem Python por conta própria e através de cursos gratuitos.
Encontrei algumas dificuldades, porque não achei as aulas completas. Até que conheci o curso da Hashtag, que tinha a proposta de ensinar, em pouco tempo, como criar um programa útil para o mercado. E já apliquei isso na minha vida. Consegui formular um dashboard intuitivo para minha empresa entender detalhes sobre a rotatividade de funcionários e assim, pensar em novas estratégias de retenção.
Sílvia Uesu
A inclusão na tecnologia
Cada vez mais as mulheres vêm lutando para ganhar espaço na sociedade e decidirem onde querem estar. A luta contínua, no entanto, ainda não é suficiente para acabar com a desigualdade de gênero, tampouco com os assédios frequentes – já vivenciado por 74,1% das mulheres, ainda segundo a pesquisa do InfoJobs.
Para Ana Paula, a chave para combater o sexismo no ambiente corporativo reside em promover uma cultura inclusiva nas empresas. Ela afirma que “O RH precisa ser focado em criar oportunidades iguais para homens e mulheres. E desenvolver programas internos de combate às discriminações é fundamental para isso.“
A executiva também defende que incentivar a diversidade requer uma abordagem mais abrangente, que englobe medidas como assistência à educação infantil (auxílio-creche), maior flexibilidade para mães, programas de combate ao assédio, além de incentivos para cargos de liderança.
Acredito, por fim, que o principal é manter a escuta ativa para entender o que é importante para as colaboradoras e aplicar. A atenção deve ser ainda maior quando a porcentagem de mulheres é menor do que a de homens.
concluiu Ana Paula Prado.
Imagem: rawpixel.com / Freepik